Trânsito limeirense: caótico
EDITORIAL
Há muitos anos o trânsito de Limeira deixou de ter características de uma cidade calma e pacata. A cidade possui praticamente 200 mil carros/motos para dois terços da população e os problemas têm se acumulado de maneira drástica. Somado a esse ponto, os motoristas de um modo geral, que não compreendem esse número assustador, agem de maneira agressiva, tecnicamente imprudente, porque insistem em desrespeitar as leis da física. Dois corpos – motos, carros ou caminhões – não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, e assim pequenas colisões e atropelamentos são frequentes. O problema é que as autoridades públicas têm negligenciado o atendimento da parte operacional do trânsito, por esse aspecto tentando minorar as suas irritantes consequências. A região central, neste momento, é a que mais sofre devido à problemas antigos e alguns insolúveis – como a dimensão das ruas –; assim, quando um imprevisto se impõe, o caos é a consequência imediata. Na terça-feira, 20, por exemplo, um serviço de manutenção realizado pela BRK na rua Boa Morte, entre as ruas Alferes Franco e Santa Cruz, causou um longo engarrafamento; o que poderia ter sido feito à bem da melhor fluidez, novamente, não aconteceu. Bastasse a presença de um agente de trânsito na esquina anterior à intervenção e o fluxo seria mais bem controlado. Fatos como esse acontecem diariamente, como a inoperância frequente dos semáforos, mas quem imagina que tudo isso para por aqui, engana-se. De algumas semanas para cá, a secretaria de Mobilidade tem agido de modo a contribuir com este cenário caótico, alterando o sentido obrigatória de diversas ruas sem fornecer maiores explicações, sequer alertando os motoristas para essas alterações. Nossa antiga “cidade das lombadas” se transformou, nos últimos anos, em um enorme labirinto no qual os acessos estão mais impeditivos que autorizativos. Esses erros de logística são causados por falta de observação, passando a impressão que as frequentes mudanças ocorrem por sugestão de munícipes que, de alguma forma, têm o privilégio de possuir demandas satisfeitas. E mais uma vez, que neste ano eleitoral no qual não haverá reeleição, o interesse pela continuidade administrativa parece inexistir.
Roberto Lucato