Trânsito caótico

Trânsito caótico

EDITORIAL

Uma informação transmitida pela secretaria de Comunicação da Prefeitura de Limeira, em raro momento de trabalho, deu conta que um motorista de um caminhão de proporções gigantescas não se deu conta que estava trafegando no centro da cidade e, depois de cruzar quase toda a rua Tiradentes, acabou enroscado. Tudo porque, como era de se esperar, ele levou consigo um emaranhado de fios de toda a sorte de funções na rua Jacob Fanelli. Contribuintes que dependiam de serviços de comunicação – incluindo o setor de 156 da Prefeitura – simplesmente passaram várias horas sem qualquer acesso, depois de evento que tem sido cada vez mais comum. Na Rua Dr. Trajano Camargo, mesmo, são frequentes os incidentes com a mesma natureza, ficando a dúvida: esses motoristas, na maioria de outras cidades, desconhecem os limites de altura sob os quais podem trafegar na região central da cidade? Porque, além dos problemas diários que envolvem nosso sistema semafórico, são poucas – quase inexistentes – as informações sobre altura permitida das cargas. Esses motoristas, no máximo, conhecem os horários nos quais podem circular, e a falta de fiscalização preventiva é apenas mais uma falha do setor de mobilidade urbana. Que, por sinal, parece apenas em se preocupar em inverter mãos das ruas que possam beneficiar amigos e aliados. Seria utópico imaginar que algum candidato, nas próximas eleições, pensasse em estudar a instalação de cabeamento subterrâneo, especialmente no centro, para eliminar esses riscos, e por que no centro? Porque trata-se da região mais antiga da cidade, consequentemente mais vulnerável, além de abrigar boa parte do setor bancário e comercial, neste último caso, que depende do fornecimento de insumos. Mas o que esperar de um município que deixou desaparecer, por falta de incentivos, boa parte da arquitetura desta mesma região? Que não estabelece um plano de ocupação comercial no entorno da estação ferroviária, que recebe reformas apenas para ser fotografada, nada mais? Voltando à questão, a mobilidade requer estudos de impactos, sim, mas feitos de forma coordenada entre estrutura física e humana – agentes de trânsito podem ter uma atuação preventiva, e não apenas fiscalizatória. É um ponto que merece atenção nos próximos debates, incluindo um tema igualmente sensível: um olhar mais atento quanto à circulação de motos de uma maneira geral.

Roberto Lucato

Fotos: Eduardo Zanzirolamo

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