SEGURANÇA: Ataques externos a escolas preocupam
Políticos, entidades ligada à educação querem ações para o enfrentamento da violência em unidades escolares
Antonio Claudio Bontorim
LIMEIRA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br
Não bastasse a violência interna em instituições de ensino, conforme mostra última pesquisa da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), os últimos dois ataques concretizados em unidades escolares, o mais recente no último dia 5, em uma creche particular em Blumenau Santa Catarina, quando quatro crianças foram mortas machadadas, políticos, entidades ligadas à área educacional e responsáveis pela segurança pública tem buscado soluções para o problema. No final de março, mais precisamente no dia 27, um adolescente de 13 anos matou uma professora de 71 anos a facadas e feriu outras três e mais dois alunos, na Zona Oeste da capital paulista.
O mais letal desses ataques, entretanto, aconteceu no Rio de Janeiro, no chamado “Massacre de Realengo”, quando 12 crianças foram mortas por um ex-aluno da escola, que foi alvejado pela polícia e, em seguida atirou contra a própria cabeça. Mas desde os ataques na creche catarinense, entretanto, municípios, estados e o governo federal vem desenvolvendo atividades no sentido de reduzir as ameaças e tornar as instituições de ensino mais seguras. Se o problema não é novidade, os dois últimos ataques causou alvoroço e correria para reduzir qualquer possibilidade de novos ataques.
Desde que os ataques à escola paulista e à creche em Blumenau começaram a repercutir na mídia nacional, a administração pública municipal vem anunciando uma série de medidas de segurança nas escolas do município. A primeira delas foi anunciada no dia seguinte à ocorrência de Santa Catarina, dia 6, a operação “tolerância zero” em relação à violência no município. No último dia 10, houve o primeiro treinamento para os GCMs (guardas civis municipais) na Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, para ajudar a identificar agressores ativos dentro do ambiente escolar. Também no dia 10, o Poder Executivo enviou um projeto à Câmara de Vereadores, Projeto de Lei de autoria do prefeito Mario Botion (PSD), instituindo a DAC (Diária por Atividade Complementar) para os guardas civis municipais de Limeira, reforçar ações de segurança do município contra a criminalidade.
OUTRAS MEDIDAS
No último dia 11, a GCM (Guarda Civil Municipal) intensificou as rondas nas 82 unidades escolares do município, incluindo as da zona rural, dentro do programa tolerância zero. E, no dia 12, foi anunciado o dispositivo que, ao ser acionado, dispara uma comunicação imediata, da unidade escolar com a central da GCM (Guarda Civil Municipal). Em ofício ao prefeito e vereadores, USTL manifesta preocupação com segurança. No último dia 13, a USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira) encaminhou ofício ao prefeito Mário Botion, aos vereadores e vereadoras, manifestando preocupação com a segurança no município, além de oferecer contribuição para melhorar o quadro das ocorrências locais. E, na última segunda-feira, 17, aconteceu a primeira palestra do projeto Educar Limeira, com a palestra sobre drogas e abuso sexual a 50 alunos na Emeief Professora Raquel Aparecida Gonçalves Franceschi, no Residencial Rubi.
E também na última segunda-feira, 17, os vereadores aprovaram, durante a sessão ordinária da semana, o PLC (Projeto de Lei Complementar) Nº 9/2023, de autoria da Prefeitura, autorizando a criação e instituição da DAC (Diária por Atividade Complementar), aplicável aos servidores integrantes do quadro da Guarda Civil Municipal e assemelhados. Já na quinta-feira, 20, Botion, o secretário de Segurança Pública e Defesa Civil, Wagner Marchi, agentes da GCM e técnicos da educação participam de uma conferência on-line sobre segurança em estabelecimentos de ensino, promovida pela Missão Diplomática dos Estados Unidos, por meio do Departamento de Segurança Diplomática.
Ainda na quinta-feira, 20, a reportagem da Tribuna de Limeira percorreu várias escolas públicas, em diferentes pontos da cidade, no horário da saída dos alunos no período da manhã, porém em nenhuma delas havia qualquer tipo de ronda escolar, das forças de segurança.
Apeoesp fala em “garantir o básico”
A Tribuna procurou, também, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), falou da pesquisa sobre a violência nas escolas, que mostra os dados gerais sobre o problema no Estado, com mais de 3.600 pessoas, entre professores, alunos e comunidade escolar, que mostra a percepção da violência na Educação. Os índices, segundo o coordenador da subsede da instituição em Limeira, Fábio Moraes, são alarmantes, pois se está vivendo uma epidemia de violência. “E mostra que tudo o que acontece de mais grave, acontece nas escolas da periferia e não nas do Centro”, afirma Fábio.
Segundo o dirigente sindical, estados e municípios precisam faze o básico na educação, garantir que tenha professores nas escolas, municipais e estaduais, por que faltam professores, contratados por concurso e não de forma precária, além de limitar, em especial no período noturno, o número de alunos por sala de aula. “Além disso diz respeito, também, à falta de funcionários, que é alarmante, falta de suporte de psicólogos, por que a sociedade está violenta e a violência não está isolada na escola”, afirmou Fábio, que concluiu: “vamos garantir o básico. A ronda no entorno das escolas, nas entradas e saídas; coibir o tráfico de drogas, pois garantindo o básico, o restante nós educadores fazemos”. (Antonio Claudio Bontorim)