Quando a fé reúne milhões
O Corpus Christi, tradicional festa católica foi, também, o dia da Marcha para Jesus, uma tradição evangélica não tão antiga assim, mas que reúne milhares de crentes e, na Capital Paulista, aconteceu praticamente durante o dia todo com shows até a noite. Shows de conhecidos cantores de música gospel, nacionais e internacionais.
É a diversidade da crença, da fé, sendo comemorada em dois lados diferentes, porém com a mesma identidade religiosa, no sentido de “louvar a Deus”, em primeiro lugar. Um momento para uma reflexão cristã – e nesse caso inclui todas as denominações – tão comum no Ocidente.
Mas a questão aqui não é a fé, a crença, as denominações cristãs, sejam elas católicas ou evangélicas, mas sim a ausência da política como manifestação, que ocorreu durante o mandato de Jair Bolsonaro, um católico, segundo ele, mas que pouco prestigiava sua religião, indo sempre na direção dos evangélicos e, com um único objetivo, que ficou comprovado na marcha deste ano: nem ele, nem sua mulher, uma evangélica de carteirinha, compareceram à marcha em São Paulo. Ora, sem interesse de momento, a fé de Bolsonaro e Michelle ficou escondida com o casal, que nem uma manifestação fez.
Lula agradeceu o convite, recusou, mas enviou dois representantes evangélicos de seu governo, a deputada petista Benedita da Silva e o advogado Geral da União, Jorge Messias, que ao citar o nome do presidente, recebeu algumas vaias. O que é normal, tendo em vista que a maioria do segmento evangélico é contrária a ele, estimulada por pastores radicais.
Enfim, o louvor a Deus se sobressaiu e não houve participação política e arminhas feitas com as mãos, mas como insistiram os participantes, que foram entrevistados durante o evento, o momento era de agradecimento e de louvores a Deus, que é de todos os cristãos praticantes e não de um fariseu aproveitador.