Por que o STF atua como Legislativo? (1)

Por que o STF atua como Legislativo? (1)

EDITORIAL

Quando não está atrás de algo que envolva o ex-presidente Jair Bolsonaro, o pessoal das organizações Globo sai com alguma notícia diferente, na maioria das vezes descontextualizada. Na semana passada, deu-se muito destaque à irritação de petistas, entre alas identificadas como progressistas, ao voto dado pelo ministro Cristiano Zanin no julgamento sobre a descriminalização do uso de drogas. Paralelas a esta surgiram outras notícias, claramente com o objetivo de induzir leitores e expectadores que Zanin está errado. Que o uso de maconha para fins recreativo deve ser tolerado, com explicações contidas no site G1: “Com base nos países que liberaram o consumo, foram percebidos pontos positivos em saúde pública (queda no consumo entre adolescentes no Canadá, por exemplo), segurança (no Uruguai, caiu o consumo por meios ilegais, enfraquecendo o crime organizado), e conscientização, com a adoção de políticas para educar a população sobre os riscos do consumo”. Impor costumes é usual para a família Marinho, que há décadas faz isso em suas novelas. Foi a Globo, à título de mera lembrança, que tornou comum cenas de sexo e nudez na televisão, algo hoje tão banal. Bastavam cair os índices de audiência que logo colocavam alguma dama cheia de curvas, seminua, à espera do amante. Neste ponto da maconha, honestamente, não existem estatísticas confiáveis, pois embora seja uma questão global, cada cultura possui uma interpretação diferente. As relações de causa e efeito são próprias de cada nação. Pepe Mujica, uma das vozes mais ouvidas da esquerda na América Latina, liberou a maconha no Uruguai faz anos, e nada mudou. Aliás, por coincidência, estava em Montevideo na semana seguinte que isso se deu. As farmácias estavam eufóricas para receber as embalagens comerciais de canabis e até hoje, as vendas são baixas. Vale para o Uruguai, vale para o Brasil? O problema não é esse, exatamente. É saber por que o STF tanto legisla no Brasil. Concluímos amanhã.

Foto: Agência Brasil

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