Penas eternas

Penas eternas

EDITORIAL

“True Crime” é como se chama um blog que se presta a investigar a vida de pessoas que participaram de crimes de grande repercussão. De vez em sempre, Suzane von Richthofen, livre desde janeiro do ano passado, é citada, como a sua ocupação atual: empresária do setor de moda. Segundo o autor deste blog, ela comercializa produtos customizados pela internet com a marca “Su Entrelinhas”. E vende produtos falsificados também, como sandálias que não existem nos catálogos da Gucci, pela módica quantia de R$ 150. O jornalista que investigou esse assunto deve ter tempo de sobra, porque consegui contato com a grife italiana e assim descobriu a falsificação, mas tempos atrás, outro personagem apareceu. Andreas, irmão de Suzane, que à época do assassinato dos pais, Marisa e Manfred, herdou um patrimônio estimado em 10 milhões de Reais, acumularia dívidas em torno de 500 mil, incluindo atrasos no pagamento da manutenção dos jazigos no cemitério. Em uma matéria detalhada, esse Sherlock fez um completo levantamento sobre a vida de Andreas, que aparentemente não possui uma vida, digamos, regular. Mesmo com o aconselhamento esporádico de parentes, ele desaparece com frequência, descumpre compromissos, não se desfaz dos bens herdados como se estivesse em permanente estado de inanição. Claramente Andreas, hoje com 39 anos, apresenta profundos distúrbios mentais, provavelmente fruto do assassinato ocorrido em sua casa, mas daí a pergunta: os irmãos Richthofen serão investigados até quando? Suzane, desde as “saidinhas” temporárias às quais tinha direito, até suspeitas de sua homossexualidade e posteriormente um namoro, é personagem frequente do noticiário, e isso leva a o que? A satisfação de mera curiosidade? A rotulagem de que o crime compensa? Pelo menos no Brasil, a “pena eterna” não existe por enquanto, mas com alguns, o pagamento parece ser inesgotável.

Roberto Lucato

Foto: Bnews

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