O cofrinho do presidente
EDITORIAL
Dificilmente as crianças de hoje em dia possuem aqueles porquinhos de barro feitos para guardar moedas. Nesses tempos digitais, notas de dinheiro, incluindo moedas, são cada vez mais raras se de ver. É uma pena porque aprender a poupar, na infância, apresenta uma experiência que pode ser levada para toda a vida. O presidente Lula, ao que tudo indica, nunca teve um cofrinho para chamar de seu, mesmo que, sempre que apareça uma oportunidade, ele se refira a sua mãe como uma grande administradora de recursos para manter o lar. Entretanto, como líder sindical desde tenra idade, Lula sempre se beneficiou do dinheiro dos outros, de maneira lícita vamos dizer assim. Sabe-se que comandantes de sindicatos não se mantém à toa por décadas em suas posições, pois desfrutam de uma série de benefícios. Vamos recordar. Quando Lula retardou o quanto pode entregar-se para a Polícia Federal, à época de sua prisão, a opinião pública pode ver a pujança da sede do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, erguido em uma época dourada. Como presidente, então, nem se fale. Desde cedo, Lula aprendeu a beneficiar-se de um cartão corporativo sem limites, algo que deveria ser banido para qualquer autoridade pública. Portanto, ele nunca teve o desprazer de fazer o pagamento mínimo de sua fatura, ou parcelar o saldo; aliás, é de se duvidar que a tenha visto uma vez na vida. Voltando ao porquinho: como nunca teve o hábito de poupar, Lula é forjado pela gastança compulsiva, e assim, sem escrúpulos, ele entregou ao seu ministro da economia, Fernando Haddad, a impopular tarefa de encontrar dinheiro cada vez mais. Blusinhas, bets, taxação dos milionários, onde exista uma possibilidade arrecadatória lá está o ministro esfregando as mãos. E assim, nesta quarta-feira, 16, do nada, Lula embolsará mais 8 bilhões para o custeio de sua vida nababesca, impondo aos bancos que devolvam o chamado “dinheiro esquecido” em contas correntes. Sim, reconheçamos que faz tempo que o Banco Central fala sobre o assunto, mas a questão é que muitas instituições financeiras sempre fizeram corpo mole para devolver o dinheiro aos correntistas ou aos seus herdeiros. Ou seja, os bancos parecem agir a favor do governo, e não daqueles que possuem valores a receber. Imagina-se que muitas pessoas simples nunca mais terão a oportunidade de “repatriar” alguns recursos que sequer são informados oficialmente pelo portal do Banco Central, a não ser por um enigma que nem exibe o quanto possuem exatamente. É isso aí. O Brasil, nas mãos de um gastador, não pode oferecer nada mais aos seus filhos, exceto retirar-lhes as últimas moedinhas do cofre.
Roberto Lucato
Ilustração: Freepik