Na Grande Área

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NÃO há muito o que acrescentar em tudo o que foi falado e escrito sobre Mário Jorge Lobo Zagallo, incluindo a maior desmistificação do mundo: que ele, dirigindo o Tri de 1970, teve um papel secundário. Ao contrário, a maior prova foi a reconstrução – e não a manutenção – do plantel montado pelo antecessor, João Saldanha. 

 

ZAGALLO, tendo pouco meses pela frente antes da estreia no México, teve a ousadia de fazer observações com alguns atletas, muitos deles não aproveitados na Copa. E, dentre os méritos de colocar como titular Félix, um goleiro mais experiente, ele encontrou uma forma de aproveitar Pelé, Rivelino – um falso ponteiro canhoto – e Gérson jogando praticamente no mesmo setor do campo, incluindo sua aposta em Tostão, que se recuperava da cirurgia nos olhos. 

 

SEU FASCÍNIO pela seleção brasileira, porém, foi o ponto mais marcante e lembrado. Jamais veremos um treinador com tamanho respeito pelo fardamento nacional e o que ele representa. 

 

AS HOMENAGENS foram justíssimas e merecidas. Zagallo Eterno, com seus jeitos, suas superstições e sua sinceridade, performaram de maneira exemplar, e comparar sua maneira de ser e de ver o futebol é desnecessário. Porque foram únicas. 

 

ATÉ SUA passagem pela Portuguesa foi lembrada com carinho. Segundo o repórter Wanderley Nogueira, ele emprestou o seu prestígio à Lusa em 1999, quando o clube do Canindé ganhou notoriedade da grande imprensa. Acompanhei a partida quando ele dirigiu o clube contra a Inter, em pleno Limeirão, para emoção de tanta gente, incluindo a minha. Descanse em paz, Velho Lobo! 

 

POR FALAR em seleção brasileira, a apresentação formal do novo comandante, na última quinta-feira, foi protocolar. Dorival Júnior, apesar de ser alguém de grande caráter, de possuir um perfil conciliador, pode até dar certo dentro de sua filosofia conservadora, mas sem dúvida não promoverá o chacoalhão que deveríamos ter. Será apenas uma nova versão de Tite, com menos arrogância, porém com a mesma visão do futebol brasileiro. 

 

PORÉM, deu uma “dentro” ao lembrar que ainda existem torcedores da seleção que devem ser “recuperados”. Há mais de 20 anos sem chegar a uma final de uma Copa do Mundo, esse relacionamento está frio e distante. Gostei também de sua avaliação de Neymar, técnica.  

 

INSISTO. A contratação de um treinador estrangeiro, menos previsível aos olhos do elenco, seria melhor. Nossa maneira de jogar, manjada faz tempo, não incomoda mais ninguém. O Brasil precisava de alguém com novos conceitos táticos, mais semelhantes ao futebol europeu, algo que Fernando Diniz precisaria de muito tempo para introduzir, e que Dorival certamente, nem com tempo, fará. 

 

PARA FECHAR, mais uma vez a participação da Inter na Copinha foi frustrante. Lamentável. Ótimo final de semana, amigos!    

Roberto Lucato

Foto: CBF – Lucas Figueiredo

 

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