Na Grande Área

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UMA PESQUISA feita recentemente sobre os reflexos na mudança de um treinador revelou uma estatística. O chamado “efeito positivo” dura, em média, entre seis a nove jogos. É um período em que os jogadores demonstram mais disposição para não perderem suas vagas, ou conquistarem um novo espaço. 

 

O FUTEBOL brasileiro não abandona essa cultura por óbvias razões. Dirigentes e jogadores não são dispensáveis e existe ainda o ingrediente da “satisfação” ao torcedor. Colocar um novo comandante no banco de reservas significa que a torcida foi ouvida, e vamos lá. 

 

O TIMÃO, há tempos perdido no tempo e no espaço, bateu o recorde ao mandar a campo quatro treinadores diferentes em quatro jogos consecutivos. Quando a ficha definitivamente caiu, o problema parecia resolvido com Vanderlei Luxemburgo, mas não. A diretoria seguiu vendendo peças de seu time titular e, como golpe final de incompetência, o substituiu às vésperas de uma decisão. Não tivesse o Timão alcançado aquela goleada improvável contra o Vasco, estaria lutando para não cair ao lado de Santos e Bahia. 

 

NA MESMA “vibe”, como se diz hoje em dia, o Flamengo perdeu tudo o que disputou em 2023, mesmo assim acumulando mais de 130 milhões em premiações contra 230 do ano passado. Com situação parecida ao Corinthians, demitiu surpreendentemente Dorival Júnior e na sequência só errou com Vitor Pereira e Jorge Sampaoli, torcendo para que Tite promova o que dele se espera: a renovação do elenco. 

 

O REBAIXADO Santos teve, somente neste ano, Odair Hellman, Claudiomiro Santiago (interino), Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes. Todos fracassaram na missão de manter o Peixe na elite nacional. O virtual campeão da competição, o Botafogo, teve Luís Castro, Claudio Caçapa, Bruno Lage e Lucio Flavio interinamente, terminando a competição com Tiago Nunes. 

 

BRAGANTINO e Fortaleza, ao contrário, mantiveram seus treinadores (calma, já chego no Verdão). O primeiro atingiu o objetivo da Libertadores e o segundo quase conseguiu um título internacional inédito. O Atlético/MG também deu de ombros para a torcida que exigia a dispensa de Felipão depois de seis resultados ruins, e fez o certo. 

 

QUANTO ao Grêmio, sem ter um elenco badalado, apostou na solução caseira e, mais uma vez, Renato Gaúcho conseguiu fazer omeletes sem ovos. Em relação ao Palmeiras, nem é preciso falar nada. Abel Ferreira é chato, arrogante mas provou, com este elenco, toda a sua competência. É difícil dizer se conseguirá esse feito em outra equipe – Jorge Jesus bate cabeça até hoje longe do Flamengo -, mas até agora é digno de ser considerado o melhor do Brasil. 

 

PORTANTO, meus caros amigos, se comprova mais uma vez que dirigentes fracos, que aceitam a interferência da torcida e não sabem o que significa uma sequência de trabalho, são os verdadeiros responsáveis pelo fracasso de suas agremiações. Na próxima semana voltaremos à carga concluindo, na base do “resumão”, a análise desta campeonato brasileiro. Parabéns, palestrinos, e ótimo final de semana a todos!

Ilustração: Freepik

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