Multinacional de Data Center ainda é uma incógnita; empresa que se reuniu com vereadores é apenas uma “ponte”

Multinacional de Data Center ainda é uma incógnita; empresa que se reuniu com vereadores é apenas uma “ponte”

Reunião, na última segunda-feira, 29, que de acordo com um vereador que participou do encontro, não foi bem digerida pelo prefeito Mario Botion

Antonio Claudio Bontorim
LIMEIRA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br

Na última segunda-feira, 29, um diretor da empresa CBRE, de nome Alison Takano, que foi contratada pela multinacional de Data Center, que procura área para se instalar em Limeira, se reuniu com os vereadores para dar mais detalhes sobre o assunto. A Tribuna de Limeira conversou com o vereador Waguinho da Santa Luzia (Progressistas), que esteve na reunião, e foi quem passou o nome da “empresa ponte” e seu representante, afirmando que não era do interesse do prefeito Mario Botion (PSD) esse encontro. “Se não fosse os presidentes de comissões terem protocolado ofício ao Poder Executivo, esse encontro não teria acontecido”, explicou o vereador à Tribuna.
Segundo ele, que foi questionada sobre o nome da empresa, “essa era a resposta que os vereadores mais queriam, mas a multinacional não autoriza a divulgação antes que todos os trâmites estejam finalizados”. De acordo com o parlamentar, a “tal votação de regime de urgência do dia 15 na verdade não precisaria ter acontecido, uma vez que a CBRE já imaginava que a Poder Executivo já havia feito essa transição com os vereadores, uma vez que ela própria, a CBRE, pediu para conversar conosco”, afirmou.
A instalação dessa “grande multinacional” de Data Center, de acordo com Waguinho, não é garantida, nem que os vereadores aprovem o PLC (Projeto de Lei Complementar), sobre a mudança de zoneamento da área, uma vez eu há outros pontos técnicos a serem avaliados. “Ou seja, pode ser que tudo seja aprovado, mas essa empresa não venha de fato”, enfatizou, concluindo que “o prefeito um verdadeiro terror com essa questão”.

LEI ELEITORAL
As restrições da legislação eleitoral, entretanto, impediu que o Núcleo de Imprensa da Câmara divulgasse a reunião, mas o presidente da Casa, vereador Everton Ferreira (PSD), informou que o representante da empresa multinacional participou de uma reunião para sanar as dúvidas técnicas que os vereadores tinham. “Ele explicou a forma de atuação dessas multinacionais sempre que precisa se instalar em um local e os procedimentos, que isso não é só no Brasil, mas no mundo inteiro”, afirmou. Ainda de acordo com ele, por isso houve todas essas tratativas de modo técnico.
Sem no entanto citar o nome da “empresa ponte” e de seu representante, o presidente da Câmara disse que sua  “percepção é que os vereadores esgotaram bastante o tema e não há nenhuma dúvida mais acerca das questões técnicas do projeto”. Everton, que é aliado de primeira linha do prefeito, finalizou dizendo que “que o projeto segue o rito normal de tramitação e que possivelmente será colocado em votação na segunda-feira, dia 5 de agosto”, quando a Câmara retorna do recesso parlamentar.
A não aprovação, na sessão do último dia 15, do “regime de urgência”, solicitado pelo Poder Executivo, ensejou uma série de repercussões, inclusive da divulgação de fake news, quando o próprio Botion afirmou que os vereadores estavam contra a vinda da empresa em Limeira, escondendo o fato de que eles apenas não votaram a urgência. Fake news reforçadas e compartilhadas, posteriormente, pela vice-prefeita e candidata da prefeita, Erika Tank (PL), com o mesmo discurso e também pelo deputado federal Miguel Lombardi (PL), criticando e culpando os vereadores pela não aprovação da dessa urgência.
Vários desses vereadores, inclusive, vieram a público para esclarecer que não votaram contra a vinda da empresa, mas sim contra o projeto de urgência, uma vez que não havia informações de nenhuma natureza sobre essa multinacional, até a presença dessa chamada “empresa ponte”, na reunião da última segunda-feira.

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