Lula vai da esquerda à direita nas relações internacionais
Pode-se não gostar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela sua origem, pelo seu partido, pela sua postura, pela sua história e até pela sua ideologia na política. Não se pode, entretanto, negar sua capacidade como representante do Brasil, como presidente da República, quando busca os interesses do país no exterior. Sua conduta política, nesses casos, é elogiável e digna de aplausos.
Vamos a um exemplo bem recente, ainda de ontem e hoje, uma vez que ele está na Europa, encontrando-se com líderes políticos para tratar de assuntos internacionais relevantes à nação brasileira e, principalmente, levar a imagem do Brasil lá fora. Diferente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontrou com pouquíssimos líderes estrangeiros ao longo de seus quatro anos como chefe da República, Lula já o ultrapassou em apenas seis meses de mandato.
E por quê? Pelo simples de ser um político que não distingue ideologias e, muitas vezes, na maioria delas, é criticado por isso. Mas o resultado é sempre positivo. Ele vai de um encontro com Nicolás Maduro, presidente de esquerda da Venezuela, odiado pelos brasileiros, até a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, da extremíssima direita do país da bota. Com fez ontem, em Roma.
Encontrou-se com o papa Francisco; com o presidente italiano, Sérgio Matarella; com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e com o filósofo italiano Domenico De Masi. Esses dois últimos que estiveram em Curitiba, visitando-o, quando esteve preso. Uma gama de ideais e ideologias totalmente opostas, mas que no xadrez da política internacional, todos têm sua importância. Sua própria história. Como disse no início, diferente de Bolsonaro, que desconvidou governos de esquerda de sua posse e teve praticamente nenhum contato com os presidentes latino-americanos de esquerda eleitos em seus países.
Pelo sim, ou pelo não, ninguém pode negar essa capacidade do atual presidente. E sua personalidade que tanto atrai líderes e a atenção da mídia internacionais. E de todos os matizes políticos. Não se vive mais, hoje, em bolhas individuais ou aglomerados similares. Somos seres sociais e, como tal, não podemos prescindir dos relacionamentos humanos.