Intervencionismo excessivo

Intervencionismo excessivo

EDITORIAL

Os analistas de política internacional nunca esconderam que o principal desejo de Vladimir Putin, ao invadir a Ucrânia, era continuar seu plano de reconstruir a “Mamãe Rússia” do passado, oficialmente conhecida como União Soviética. No Brasil não tivemos tanta sorte, talvez azar, pois o nosso socialismo é mantido pelo “Papai Lula”. Como se dá isso? No absurdo e desproporcional intervencionismo do Estado em nossa vida privada. Observem que engraçado. Até duas semanas atrás só falávamos de dois acontecimentos: a cadeirada de Datena em Marçal e a cruzada de Fernando Haddad contra as chamadas “bets”. Onde está o noticiário, agora? Onde estão as preocupações do governo com os jogadores compulsivos, muitos deles que dirigem os recursos do Bolsa Família para a jogatina? Sumiram? Não são mais um problema? O “papai” deixou pra lá, mas aproxima-se mais uma intervenção desnecessária em nome da paz e do amor. O Ministério da Educação está prestes a lançar um projeto de lei para disciplinar o uso de aparelhos celulares em estabelecimentos de ensino. A sustentação é a de praxe, baseada em “estudos internacionais” sustentando que, nas salas de aula, o uso das telas é prejudicial à concentração. Só faltaram ter dito que descobriram a pólvora, também. Ora, é mesmo necessário uma lei federal para orientar aquilo que os professores estão cansados de ver? E de fazer? Em primeiro lugar as desigualdades sociais dessa encrenca chamada Brasil não permitem qualquer tipo de padronização neste sentido. As unidades de ensino são completamente diferentes, considerando apenas as escolas públicas. Em comunidades mais carentes economicamente, nas quais a vulnerabilidade é mais intensa, é possível acreditar que todos os alunos levem em suas mochilas algum Iphone 16? Em sentido oposto: e nas escolas dos riquinhos, onde esse modelo é mais “comum”, será que elas não trataram deste assunto há tempos? Vale lembrar que compete aos estados, e não à federação, as ações de segurança pública e ensino por exemplo. Portanto, os secretários estaduais é que devem passar orientações, e eventualmente até portarias, no sentido deliberativo. A União tem mais o que fazer do colocar esses alunos no colo para bem educá-los. Mas não. Enquanto os progressistas, e especialmente o “papai” derem às cartas nesta nação, o cidadão pode esperar de tudo, menos liberdade.

Roberto Lucato

Ilustração: Freepik

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