Insegurança permanente

Insegurança permanente

Quem trabalha na imprensa carrega, além de seus escritos e fotos, uma quantidade de lembranças que podem não ser precisas, mas são extremamente úteis para contextualizar qualquer situação. Por isso foi interessante analisar, junto aos meus companheiros José Antonio Encinas e Antonio Claudio Bontorim, informações disponibilizadas pela Prefeitura de Limeira sobre a queda dos indicadores de violência em nossa cidade. Em reunião com representantes da indústria e do comércio, o prefeito apresentou um viés de queda na criminalidade, e aqui o detalhe. Números são objetivos, mas dependem da referência aos quais são obtidos. Melhor seria, por exemplo, analisar a quantidade de crimes que ocorrem em cidades com população semelhante à nossa para fazer uma comparação mais atual. A estatística seria mais atual e forneceria indicativos dos aspectos que devemos melhorar. Voltando, agora, ao campo das percepções, meus companheiros, assim como eu, não estão encontrando motivos para comemorações. José Encinas, por exemplo, relatou o susto que o acometeu quando se aproximou da região do pedágio da rodovia Limeira-Cordeirópolis no último final semana. A estrada estava bloqueada em função do confronto de policiais militares com bandidos. Lembrei a ele, também, o número de imagens registradas na última sexta-feira de um confronto ocorrido da rotatória do Pão de Açúcar, nas imediações do acesso do Jardim Ouro Verde. Rajadas de tiros são ouvidas claramente nos registros, que também mostraram a correria dos pedestres. Bontorim também observou a fragilidade das comparações numéricas e tratamos de um ponto em especial: o número de ciganos que novamente está ocupando o centro da cidade. Isso somado aos vendedores de balas em cada semáforo, aos sem-teto que se aglomeram próximos a igrejas, restaurantes populares e supermercados, não compõe exatamente um cenário de segurança. Portanto, em que pesem as estatísticas, elas não refletem o que temos como “sensação de ordem”. Há relatos não oficiais indicando que aumenta exponencialmente o número de roubos de motos, bem como o de veículos, e nem mesmo as muralhas digitais, orgulho dos meios de segurança, têm sido capazes de recuperar estes valiosos bens. De qualquer maneira, aguardamos que esses números se transformem em sensações mais próximas da realidade em breve. Porque a frequência de nossos sustos do dia-a-dia só tem aumentado.

Ilustração: Freepik

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