Inaugurado serviço para acolher remanescentes de hospitais psiquiátricos
Promover a desinstitucionalização de pacientes dos hospitais psiquiátricos, oferecendo a possibilidade de reinserção psicossocial e a retomada da cidadania. Essa é a proposta do Serviço Residencial Terapêutico, inaugurado quinta-feira (23) pela Prefeitura de Limeira, no Jd. São Manoel. Participaram da cerimônia, a vice-prefeita Erika Tank, o secretário de Saúde, Vitor Santos, a vereadora Terezinha da Santa Casa e a articuladora de Saúde Mental da Diretoria Regional de Saúde de Piracicaba (DRS-X), Silvana Pires de Caroli.
“Esse é um projeto antigo, que estamos entregando agora, e que irá transformar a vida de pessoas que passaram décadas internadas em hospitais de longa permanência”, frisou Vitor Santos. Erika Tank, por sua vez, destacou a importância do momento histórico proporcionado pelo novo serviço. “Agradeço a toda equipe envolvida nesse projeto de desinstitucionalização, Limeira poderá receber seus filhos de volta”, afirmou.
Primeira iniciativa dessa natureza em Limeira e a quinta entre as 26 cidades de abrangência da DRS-X, o espaço integra a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), instituída pelo Ministério da Saúde. Ao todo, o serviço irá abrigar dez pessoas com transtornos mentais crônicos, que há 30 anos, em média, vivem em manicômios de cidades vizinhas. As transferências começam em dezembro.
Dos futuros moradores, nove estão no Hospital São Leopoldo Mandic (antigo Sayão), em Araras, e um no Bezerra de Menezes, em Rio Claro. Os sete homens e as três mulheres têm entre 46 e 56 anos. Eles ficarão em quatro quartos – um específico, com suíte, irá alojar as mulheres. “Esse é mais um esforço para finalizar o processo de desinternação psiquiátrica”, observou Silvana Caroli. Ela acrescentou que as internações de longa permanência no Sayão encerraram-se em 2017 e o Bezerra de Menezes mantém apenas dois moradores – um deles virá para o novo serviço em Limeira.
Em razão do perfil dos pacientes, a casa terá uma equipe trabalhando 24 horas por dia, formada por coordenadora, técnica de enfermagem, cuidadores e auxiliares. O serviço receberá suporte do Caps 2, no que diz respeito às atividades terapêuticas, e da Rede Municipal de Saúde.
(Texto: Cibele Gianechini/Foto: Eduardo Zanzirolamo)