Feliz ano novo! Ou apenas um até breve para o que se vai?
Antonio Claudio Bontorim
JORNALISTA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br
O que teremos para 2025 é uma incógnita, mesmo por que não possuímos uma bola de cristal e, se assim fosse, seria apenas um ornamento de estante, mesa ou aparador. E nem capacidade de prevermos os acontecimentos que estão à nossa frente, justamente por que estão à nossa frente. Os caminhos somos nós mesmos que fazemos e podem ser de espinhos ou de pétalas de rosas…. [ah, meu velho e saudoso professor de Português, Manuel Leitão, nos idos anos 1970, que nos propunha que o “verdadeiro amigo não é aquele que nos oferece uma rosa, mas o que retira seus espinhos”].
E não fácil, retirar um a um os espinhos de um roseiral. Mas podemos contribuir com isso sempre que nos tornamos sensíveis, empáticos, e, antes de semear a discórdia, espalhar a bondade e a paz. E nisso tudo está embutido o amor. Por isso não podemos prever, adivinhar, mas apenas esperar os acontecimentos e, à medida que vão se desenrolando, aí sim, começar a retirar os seus espinhos e espalhar suas pétalas pelo caminho. Não se pode, em momento algum, pensar em uma vida sem obstáculos. São eles que nos fortalece e torna o ser humano, mais humano ainda.
E é isso, infelizmente, após todo esse preâmbulo, que está faltando. O fortalecimento do ser humano, enquanto ser humano. Ao abrirmos, diariamente, as nossas redes sociais percebemos o quanto está cada vez mais difícil fazer com que cada um tente amar ao próximo como a si mesmo. O que se vê nesses diários eletrônicos, disseminados pelo Planeta Terra, é uma completa falta total de humanidade, por uma simples questão de discordância de ideias e pensamentos.
O pensar diferente, hoje, está cada vez mais longe de ser um direito de cada um, por que exige coragem e benevolência, para não descambar para uma discussão inútil, onde cada um quer impor suas ideias e detrimento das outras. O assumir uma posição, é preciso estar sempre atento para uma enxurrada de ofensas, ameaças ou adjetivações velhas e carcomidas, que não pertencem mais a esse Século XXI. E por falar nisso, esse 2025 nos leva ao primeiro quarto de existência desse novo século. E a que ponto chegamos?
As respostas a essa pergunta são muitas e todas elas corretas. Chegamos ao ponto do início da derrocada de nossa civilização. E isso não é adivinhação e muito menos previsão, é um momento concreto em nossa existência, quase irreversível. Entre o amor e ódio, quase não há mais identificação de onde começa um e termina o outro. Não há um patamar que os diferencie, enquanto o ser humano não se der conta de que chegou ao seu limite da própria ignorância, pois a sabedoria deu lugar à incompreensão, através da desinformação que corre nas veias das novas mídias.
A tecnologia, que está aí com força total, antes de nos levar ao topo do conhecimento, é apenas uma ferramenta, que serve ao propósito individual e não coletivo. Sobre todos os aspectos, ideologias e por aí afora.
É preciso, urgente, repensar o futuro e isso, nos leva novamente ao pensamento sobre o novo ano que está aí, a apenas um dia e algumas horas, enquanto 2024 está em coma irreversível, esperando apenas o próximo anoitecer. Um ano em que o ódio esteve no seu ápice e não respeitou milhares de vidas humanas ceifadas por conflitos bélicos e, muitos deles, bélicos e religiosos e outros por dominação e ocupação de território. Ainda sem qualquer busca por uma solução pacífica, cada vez mais distante.
A humanidade precisa ser repensada. Ou, definitivamente, extinta, para que, quem sabe, uma nova apareça e de forma mais consciente de que seu propósito é existir. E o ser humano deve ser o instrumento dessa existência e não personagem principal de sua própria extinção.
Que venha, então, o novo ano e que o está prestes a desencarnar, mais uma vez sirva de lição. Para que todos nós possamos estuda-la e aprender com ela. Cada um pode jogar sua história no lixo, se quiser, mas a verdadeira história estará sempre presente e pronta para ser consultada e revelar os erros cometidos.