Faltaram debates em Limeira
EDITORIAL
Os grupos de mídia Folha e Uol começam a semana recebendo os candidatos à prefeitura paulistana para a realização do décimo-primeiro debate entre eles. Restará mais um, da rede Globo, o que representará um recorde na história política da cidade. Ao final deste ciclo, restará saber se os eleitores da Capital mudaram de opinião em função das falas e consequentemente propostas, ou se as mantiveram pelo mesmo motivo. Porém, uma coisa é certa: o episódio da cadeirada levantou a fervura desses encontros, incluindo-se neste quesito a maneira debochada e provocativa do candidato Pablo Marçal se pronunciar. E, nesta semana decisiva, há uma enorme expectativa em torno dele: imbatível na organização das mídias sociais, acredita-se que ele possa produzir algum tipo de conteúdo capaz de capitalizar os votos que ainda faltam para colocá-lo no segundo turno, segundo as pesquisas. Em Limeira, ao contrário, os raros encontros dos candidatos não acrescentaram nada, nem aos eleitores, nem aos candidatos, portanto, faltam respostas. Por exemplo, como se sairiam diante de questionamentos menos formais, vamos a uma projeção? O que responderia Murilo Felix diante desta indagação: – Suspeitas que recaíram sobre seu pai fizeram com que o senhor, seu irmão e sua mãe fossem presos. Mesmo diante deste trauma, o que faz os eleitores acreditaram que isso não ocorra novamente, sendo o senhor eleito? Seu pai participará de um eventual governo, caso sua chapa seja vitoriosa? Ao candidato Betinho Neves, uma pergunta emblemática: muitos eleitores que o escolherão no próximo final de semana farão isso não exatamente em função de seu nome, mas de sua vice. Considerando que em Limeira se instalou a “maldição dos vices”, a Dra. Mayra será uma figura decorativa em um eventual staff de governança ou ela participará ativamente das principais decisões? Para a candidata Érica Tank haveria um leque maior de questionamentos, mas vamos resumir: a senhora não conseguiu nomear um simples assessor de gabinete, quando eleita vice, como o eleitor pode acreditar que o atual prefeito não continuará comandando suas ações caso vença as eleições? Ele continuará se beneficiando do controle da cidade como faz até aqui? Finalmente, a Luiz Mitsunaga, algo mais trivial: o que o fez acreditar que os partidos de esquerda teriam alguma chance em uma cidade conservadora como Limeira? Sua candidatura foi um laboratório para as eleições legislativas de 2026? Dá para entender por que são importantes os debates?
Roberto Lucato
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