Política ainda é areia movediça para Tarcísio

Política ainda é areia movediça para Tarcísio

EDITORIAL

Quem acha que a vida é dura, vida de centroavante é pior. Por que? Times dependem de vitórias, e não somente daquilo que diz o seu treinador, que pode ser bom, mas não faz… gols. Esse personagem geralmente pouco faz durante as partidas, mas no momento certo ele aparece e define. O governador Tarcísio de Freitas, na política, foi o centroavante de Jair Bolsonaro. O “carioca”, como era definido por seus opositores, saiu de uma situação na qual não soube dizer onde votava, para dirigir o maior estado da nação. Mas a aposta de seu treinador não foi técnica. Também não se baseou na condição física do “jogador”. Bolsonaro emprestou sua forte popularidade em São Paulo, principalmente no Interior, para fazer o gol que pretendia. Venceu por 1 a 0 e agora, longe do “garoto”, deve ter-se envergonhado por um recuo estratégico. Conforme escrevemos ontem, a Defensoria Pública pediu o fim da Operação Escudo, desenvolvida no Litoral, e ao contrário do que se imaginava, o governador recuou. Pior que isso. Recuou restando dois dias para o começou de um feriadão prolongado, no qual só pelo sistema Anchieta-Imigrantes devem passar perto de um milhão de veículos. Ou seja, para o crime, uma notícia sensacional. Para os turistas, o medo. Vamos ao ponto: a Operação Escudo teria que terminar mais cedo ou mais tarde, jamais agora. Primeiro, pela admissão de recuo. Segundo, pelo feriadão. Terceiro, porque os órgãos de segurança ainda não produziram razões suficientes para que as ações fossem desenvolvidas, e a que número chegaram – parece que somente as mortes foram contadas. Quarto: o governador, que à época das chuvas aproveitou favoravelmente sua intensa exposição, do ponto de vista político está perdido. Não mantém o controle das Assembleia Legislativa e, assim como seu técnico, vai despontando a torcida. De fato, assim como o Brasil, a política não é para amadores.

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