Edifício Ouro Verde, histórico, é reformado

Edifício Ouro Verde, histórico, é reformado

Prédio de 15 pavimentos, que já foi sede da prefeitura entre os anos 1980 e início de 2000, começa a ser reformado

Antonio Claudio Bontorim
LIMEIRA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br

“Um exemplo de boa construção e robustez, da boa engenharia e arquitetura, algo que estamos perdendo ao longo dos anos”. Assim o arquiteto Felipe Penedo definiu o Edifício Ouro Verde, há cerca de 30 anos fechado, que está passando por uma reforma completa e terá suas mais de 60 salas comercializadas após a finalização das obras. Felipe Penedo que, por sinal, é o arquiteto responsável pela projeto, que já vem sendo desenvolvido e falou com a Tribuna de Limeira nesta semana. O prédio, de acordo com o arquiteto, pode ser considerado histórico por que ocupou, por um bom tempo, o Paço Municipal, o “local mais importante do município”.
Em maio de 2017, a Tribuna trouxe uma matéria sobre o estado do imóvel, conversou com seu proprietário, que pensava na venda do prédio todo e calculava, naquela data, um valor de R$ 12 milhões. Até proposta para uma rede de hotéis ele tinha, mas as poucas vagas de garagens, 15 ao todo, acabaram travando o negócio. Não vingou e tudo continuou como estava até agora. Nesse período entre 1984, segundo mandato do então prefeito Jurandyr Paixão (MDB), passou a abrigar a Prefeitura de Limeira, continuou na administração Paulo D’Andréa (PFL) e foi até o terceiro mandato de Paixão.
Nos primeiros anos de Pedrinho Kühl (PSDB), a partir de 1997, o Centro da cidade já estava estrangulado e o local não comportava mais a estrutura da prefeitura, no coração da cidade, à Rua Dr. Trajano. Kühl levou o Paço Municipal para um imóvel, também alugado, na Avenida Dr. Lauro Corrêa da Silva, na região do Jardim Roseira, onde hoje funciona o NAC (Núcleo de Atendimento ao Cidadão) e, daí por diante, nenhuma tentativa de reocupá-lo progrediu. Apenas sua área no térreo, que foi banco, loja de eletrodomésticos e agora banco novamente, continua ocupada.

ALVARÁ DE 1982
Segundo Penedo contou à Tribuna, a torre de salas comerciais tem alvará emitido em 30 de julho de 1982. “A sobreloja e/ou galeria assim como o 5° pavimento são da família Ferrari e no local se encontra o Banco Mercantil, e o restante do edifício está sendo reformado em sua totalidade pelo atual proprietário”, contou o arquiteto. Já a sede do Bradesco não pertence ao Ouro Verde. De acordo com ele, disposição dos ambientes do edifício não será alterada e toda a parte elétrica e dados serão 100% refeitas, seguindo as normativas atuais da Elektro. O sistema hidráulico está sendo reformado no todo, entre outros itens de segurança obrigatórios. “A modernização dos elevadores é a próxima etapa”, falou. Após toda a reforma, de acordo com Penedo, o proprietário pretende vender todas as 60 salas comerciais do prédio. “Ao final, com outras intervenções, teremos um prédio atualizado e modernizado”, afirmou.

“O Centro precisa de reurbanização”

Para o arquiteto e urbanista, a expectativa é que a reforma do Edifício Ouro Verde sirva de estímulo de certa forma aos proprietários dos imóveis do centro assim como para o poder público municipal, de que aquela região histórica é altamente consolidada, bela e equipada. “Que o Centro tenha um devido tratamento para sua reocupação e revitalização, pois necessita de novos parâmetros urbanísticos e edilícios para que os imóveis com relevância histórica sejam devidamente preservados e reocupados assim como, as áreas ociosas e degradadas sejam estimuladas para receber novos empreendimentos principalmente habitacionais e de serviços”, analisou.
Para tanto, de acordo com ele, a região central precisa passar por um processo robusto de reurbanização, a legislação precisa ser flexível para que edifícios ociosos sejam convertidos em moradia de qualidade, o sistema viário precisa ser repensado para que a conexão principalmente do centro abaixo com a Boa Vista seja retomada o mais urgente possível. “Depois da demolição do Viaduto Santa Cruz, o centro abaixo vem sofrendo um nível de degradação assustador, a quantidade de imóveis desocupados e degradados é absurda”, comentou Penedo. “O Edifício Ouro Verde, com sua importância histórica por ter abrigado por muitos anos o Paço Municipal, o local mais importante do município, seja, com suas limitações, este marco de um novo desenvolvimento do Centro”, enfatizou.
O arquiteto finalizou, enfatizando que o Ouro Verde, como vários outros edifícios, são exemplos de boa construção e robustez, um exemplo de boa engenharia e arquitetura, algo que está se perdendo ao longo dos anos. “Precisamos dar a devida importância a estes prédios e atrair pessoas e clientes para adquirir estes imóveis e, consequentemente, eles e a cidade serão beneficiados, o reflexo será imediato”, concluiu. (Antonio Claudio Bontorim)

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