De Jefferson a Dirceu e as ações da Polícia Federal
Foi sob o primeiro governo Lula que se descobriu o “mensalão”, que atingiu políticos como Roberto Jefferson, hoje preso, e José Dirceu, figura carimbada no PT. Entrou a PF (Polícia Federal) nas investigações e não saiu mais até chegar às necessárias condenações. Inclusive no STF (Supremo Tribunal Federal), a chamada Ação Penal 470, julgada por Joaquim Barbosa, ministro então nomeado pelo próprio Lula.
O mensalão atingiu figuras do PT de grosso calibre, mas nem isso fez com se tirasse a independência da PF das suas investigações. Jamais se cogitou – algumas figuras do PT chegaram a tratar sobre isso – interromper as investigações. Ninguém interferiu na PF, comandada pelo Ministério da Justiça. E ação foi até o fim.
Foi também no governo do PT, já sob a administração Dilma Rousseff, que apareceu o chamado “petrolão”, que começou a ser investigado também pela PF, de forma a não ter interferência do governo federal, o principal interessado e atingido pelas investigações. Novamente as ações da PF foram determinantes, sob a batuta do então ministro da Justiça, o petista Eduardo Cardozo, que também não interferiu, apesar de novamente chegar a membros da cúpula do PT. Cardoso foi forçado a agir para conter a PF, mas mesmo assim não o fez. Chegou até mesmo no então ex-presidente, hoje o atual Lula. Criou-se a Lava Jato e um juiz federal de Curitiba, Sergio Moro, hoje senador da República, assumiu o protagonismo, com uma lista de ações irregulares, que acabou levando-o ao governo de Jair Bolsonaro. E muitas de suas sentenças foram anuladas pelo STF. Prova maior de sua parcialidade nas ações que julgou.
Espera-se, agora, que a PF não interrompa suas ações no caso que envolve o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assim como ocorreu nas duas ocasiões anteriores. Sob Bolsonaro a PF foi a polícia judiciária do Governo e não de Estado. Sob Lula e Dilma foi de Estado e não de governo. Espera-se que continue dessa forma.
Sendo uma instituição de Estado e não de Governo.