Cresce cobertura vacinal contra a pólio em Limeira

Cresce cobertura vacinal contra a pólio em Limeira

Mesmo assim não chega aos 95%; até maio deste ano o público alvo atingido era de 81,4%; em 2002 foi 72,8%

Antonio Claudio Bontorim
LIMEIRA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br

O Brasil não registra um caso de poliomielite, ou paralisia infantil como é conhecida por muitos, desde 1989, portanto há 34 anos. Apesar disso, os índices de vacinação contra a doença têm apresentado queda desde 2016, última vez em que o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. A meta do PNI (Programa Nacional de Imunizações) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de cinco anos de idade.
E Limeira também está dentro dessa situação. Em 2022, o porcentual de vacinação local, conforme mostrou a Tribuna de Limeira em dezembro do ano passado, foi de 72,8% do público alvo, pouco acima dos números nacionais, que ficaram em 72%. E até este mês, de acordo com a Secretaria da Saúde, a cobertura já está em 81,4%, com um leve crescimento sobre dezembro de 2002. A pasta informou, ainda, que esse número vem na sequência do fechamento do ano passado, por que a campanha ainda não começou em 2023.
Segundo mostrou a Tribuna, após campanha de busca ativa da Secretaria Municipal da Saúde, de setembro a dezembro do ano passado, houve um crescimento de 242% (21%, em setembro, e 72,8%, em dezembro), mas ainda ficou longe dos 95%, conforme preconiza o MS (Ministério da Saúde). Agora os números voltam a preocupar o órgão máximo da saúde brasileira, por que os índices diminuem ano a ano e há risco iminente de a pólio voltar ao país, após ter sido erradicada. “Como outros países ainda não erradicaram a doença, essa situação pode fazer o vírus voltar a circular por aqui”, lembrou o MS, em matéria distribuída pela Agência Brasil.
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), diz que a grande maioria das infecções pelo vírus da pólio não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. E entre um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços e não há cura. “Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações”, lembra a Opas. Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase mil crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas.

CERTIFICAÇÃO
Em 1994, o Brasil foi certificado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à VOP (vacina atenuada oral), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos quatro anos de idade. O esquema vacinal, no entanto, começa antes. O PN I recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço. A vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde. (Com Agência Brasil)

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