Contagem regressiva

Contagem regressiva

EDITORIAL

Aproxima-se a data simbólica que marcará os primeiros cem dias da nova administração municipal, se bem que, de “nova”, existe apenas um nome. Tal como esperado, Murilo Félix segue exatamente a cartilha elaborada pelo pai, desde a nomeação de antigos servidores até algo que está perdendo a graça: o status “pires nas mãos”. Semana passada, mesmo, seu governo anunciou uma espécie de escalonamento de “restos a pagar”, como são identificadas as despesas herdadas do governo anterior. A tática é conhecida e cruel, lembrando, muito utilizada pelo pai: fazer os credores sangrarem até aceitarem condições desfavoráveis de negociação. Não se sabe até quando essa narrativa será suportada pela opinião pública mais esclarecida, tampouco pelas empresas com créditos a receber junto à prefeitura, mas o fato é que já entraram nos cofres municipais expressivas receitas do IPVA e em pouco tempo outro bolo chegará aos olhos da secretaria da fazenda, oriundo do IPTU. Porém, de concreto, ao chegar ao centésimo dia de governo, Murilo não reaquecerá temas como moradores de rua, exceto sua obstinação de criar um hospital para animais, algo bastante questionável em se tratando de uma lista de prioridades dentro de uma administração que apregoa falta de recursos. Em meio a toda essa expectativa, existe apenas uma notícia boa: a decretação de “utilidade pública” da antiga sede social do Limeira Clube, tema pouco explorado ainda. O pai do prefeito perdeu essa chance no passado, quando poderia ter incorporado ao patrimônio municipal a sede do Esporte Clube Estudantes, que suportaria receber inúmeros projetos esportivos e sociais destinados a uma região densamente povoada como o Morro Azul e Jardim Piratininga. Aguardando a primeira prestação de contas, por enquanto é só.

Roberto Lucato

Ilustração: Freepik

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