Caos natalino
EDITORIAL
A partir de agora o centro de Limeira viverá o caos noturno do Natal. A determinação do período é necessária porque, em regra, Limeira vive um caos diário especialmente no trânsito, parte devido à ausência de avenidas nesta região, parte causada por centenas de motoristas folgados e, outra parte, pelo despreparo dos agentes de trânsito como orientadores. Porém, não há como alterar a chegada do Papai Noel, sempre em dezembro, tampouco os problemas dele decorrentes. Limeira possui, entre outros entraves crônicos, calçadas estreitas. Desniveladas. E pouco a pouco, nossa região central virou um deserto gastronômico. Existem apenas precárias lanchonetes, que venderão à noite as mesmas esfihas assadas pela manhã, mas não é só isso. Aumenta, também nesta época, o fluxo de famílias circulando com crianças, sempre inquietas para o desespero dos pais. Finalmente, as pancadas de chuva. É quase impossível que, durante dezembro, não ocorram vários temporais a partir das sete ou oito da noite, limpando literalmente as ruas. Entretanto, como nada será como antes, o comércio na região central tem sido prejudicado por outros fatores. Os dois shoppings sobreviventes desta cidade adquiriram mais musculatura nos últimos tempos, e são atrações mais convidativas para os consumidores. Além disso, especialmente depois da pandemia, as pessoas estão mais familiarizadas com as compras pela internet, com inúmeras vantagens. Tempo para pesquisar, variedade de lojas, preços e condições de pagamento, tudo isso passou a ser muito simples e seguro. É a lei da concorrência, é claro, mas os fatores que afastam cada vez mais os consumidores do centro são quase inesgotáveis. Resta, talvez, um único motivo para isso: sair de casa. Entre ficar no sofá e assistir à mesma programação de TV, respirar ares diferentes faz bem. Mesmo com toda a confusão previsível. Que o tempo não seja tão rigoroso este ano; que os motoristas saibam não estão sozinhos nas ruas; que as crianças não deixem cair no chão as bolas do sorvete e que Deus ajude a todos os corajosos de plantão.