As ineficazes conferências climáticas

As ineficazes conferências climáticas

EDITORIAL

Esses encontros sobre o clima, como esse que realiza agora na Arábia Saudita, não levam nada a lugar algum. Primeiro porque todas as nações são soberanas e, a depender de seus comandantes de ocasião, oferecem maior ou menor atenção às tais “mudanças climáticas”. Segundo porque os maiores poluidores globais jamais receberão “sanções” por não descumprirem qualquer tipo de acordo, ou alguém deixará de comprar ou vender para China e Estados Unidos? Em terceiro lugar, porque na medida em que administrações conservadoras ou nacionalistas passaram a impor suas agendas em inúmeros países, o meio ambiente ficou estigmatizado como pauta progressista. Só para ficar em um exemplo recente, o que diria Javier Milei sobre esse assunto? Certamente, se perguntado, iria para a Patagônia confirmar que as geleiras ainda existem, e os pinguins, idem. Portanto, particularmente, são louváveis os apelos de cientistas e institutos na orientação sobre os efeitos do efeito estufa. Das estridentes manifestações da jornalista Miriam Leitão para salvar o mico-leão-dourado, e até da ministra Marina Silva, a voz dos seringueiros da floresta. Mas a questão é que a matriz energética global ainda é sustentada em plataformas poluidoras, e quanto mais o mundo gira, os problemas só aumentam. Alguém haverá de se recordar das medições feitas na época da pandemia. O planeta praticamente ficou “despoluído” de uma hora para a outra, não foi? A perseguida “agenda verde” é cara, e os consumidores não estão preparados para pagarem esta conta, tampouco os governos, que, à propósito, dependem de votos para se sustentarem. Nenhum político sacrificará o seu destino por idealismo, essa é a grande verdade. Enfim, esses encontros não servem para nada, tampouco esse que surpreendentemente tem como sede o país que controla o preço e a distribuição de petróleo. Sem sanções que possam ultrapassar a soberania de cada nação, trata-se apenas de um “rega-bofe” de luxo.

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