A semana está só começando
A semana promete e já começa em tom de desafio para a CPMI do 8 de Janeiro. O ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, que coordenou as ações da PRF para impedir e dificultar que eleitores de Lula votassem nos estados em que sua vitória era iminente, depôs na Comissão. Como testemunha Silvinei não pode faltar ao depoimento e também “não pode mentir” em suas respostas, por que incorrerá em perjúrio e poderá ter prisão decretada. O ex-diretor da PRF falou o óbvio. Negou tudo e disse que seria impossível esse tipo de ação.
A semana entra também na sabatina do indicado por Lula para assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), deixada com a aposentadoria de Ricardo Lewandowsky, o advogado Cristiano Zanin. E segue com o início do julgamento, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, na quinta-feira, 22. Tudo isso permeado com as conversas obtidas em celulares do ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, no qual foi encontrado todo o roteiro do golpe de estado, que felizmente não foi à frente por que os militares legalistas da ativa – que são a maioria – não quiseram entrar numa aventura novamente e ter a imagem mais desgastada ainda, do que foi durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Mas o principal, de fato do dia, foi o início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, hoje, e que anunciará, amanhã, a nova taxa de juros, a Selic, que deverá ser mantida a 13,75% e está sob crítica cerrada, não só do governo Lula, mas do setor produtivo nacional. Roberto Campos Neto, que é um “rentista”, aquele economista voltado para fazer dinheiro com o próprio dinheiro – não deve mudar nada.
Enfim, a semana está como “diabo gosta”, diria um sínico humorista. Bolsonaro, entretanto, é só silêncio. Seu instinto de autoproteção é maior que seu interesse me liderar a oposição.