A segurança de todos nós

EDITORIAL
De passagem no Rio de Janeiro a poucos dias, impressionou-me ver o número de viaturas policiais estacionadas tanto na Avenida Atlântica como na Nossa Senhora de Copacabana, paralela a Barata Ribeiro. Se tivesse que comentar esta cena, uma conhecida jornalista da Globonews diria que gostaria de ver esta situação também nos morros, densamente ocupados desde a liberação comandada por Leonel Brizola em 1990. Porém, filmes como Tropa de Elite mostraram ao Brasil como os policiais se arriscam diariamente enfrentando bandidos e o chamado “sistema” também nas favelas, por isso o setor de segurança pública permanece entre as principais preocupações dos brasileiros. E agora, setores estratégicos do governo detectaram que, além do encarecimento da alimentação, os brasileiros andam assustados com o número de roubos e assaltos de aparelhos celulares. Orientado sobre o assunto, o presidente Lula alterou drasticamente sua visão sobre isso, dizendo que o “lugar de criminosos não é nas ruas”. Como sabemos, os progressistas costumam ser mais tolerantes com esse tipo de delito, atribuindo esse comportamento a questões de desigualdade social. O próprio presidente disse, não faz muito tempo, que “o sujeito não pode ir para a cadeia porque roubou um celular para tomar uma cervejinha”, frase que é usada frequentemente por seus adversários para atacá-lo. Seja como for, se Lula compreendeu que a sociedade está mais intolerante seja com grandes crimes, como “pequenos” como esses, melhor assim. O Rio não estava coalhado de policiais à toa. Além de ser uma capital, a Cidade Maravilhosa recebe milhões de turistas o tempo inteiro, e faz disso uma fonte importante de arrecadação e fomento econômico. Portanto, ainda que a bandidagem saiba que são raras as condenações por isso, receber a sensação de uma captura iminente pode refrear o seu ímpeto. Ganham todos, munícipes e turistas. E isso vale para qualquer cidade, inclusive do interior do país.

Roberto Lucato (texto e foto)