A recente violência estrutural

A recente violência estrutural

Dizem que os políticos devem mesmo ser responsabilizados por tudo de ruim que acontece na vida de um cidadão, respeitadas as devidas proporções públicas, é claro. Afinal, em alguma medida, várias de suas decisões nos afetam negativamente, ou ainda, quando se omitem – em nome do serviço público – em uma série de atribuições. Sem contar que na maioria dos casos eles usufruem de enormes benefícios oferecidos pelo poder, que todos nós conhecemos. E hoje, volto à tecla da segurança pública. Partindo do âmbito municipal, as chamadas GCMs possuem atribuições que muitas vezes extrapolam suas funções. Ou seja, se surgiram com o dever de proteger o patrimônio público, hoje atuam em investigações, policiamento ostensivo, preventivo e não longe desses casos os guardas têm que intervir em brigas e discussões corriqueiras, acionados por vizinhos incomodados. Do ponto de vista do governo do estado, vemos algumas discrepâncias, por exemplo, com o número sempre insuficiente de soldados nos comandos militares. E não raramente, circulam com veículos com alta quilometragem quando estas estão em boas condições. Agora, outra questão me chama a atenção dentro da tal “responsabilização do agente político”. Coincidência ou não, e já tocamos neste assunto durante a semana, o número de crimes tem aumentado consideravelmente nos últimos meses. Ontem mesmo apareceu no noticiário da TV a cena de idoso que provocou a fuga de ladrões usando nada menos que a sua bengala. No mesmo dia, ouvi uma conversa corriqueira entre minha esposa e uma amiga, que relatou estar ainda assustada. Vítima de assalto, ela teria se atracado com o bandido para que ele fugisse, o que aconteceu. Seu rosto ficou com as marcas da agressão. Em seu desabafo, disse com todas as letras: “enquanto esse Lula estiver na presidência, os bandidos sabem que estarão protegidos”. Reconheço, é um raciocínio exagerado e é impertinente creditar a um presidente da República o avanço da criminalidade, mas será que os marginais, dentro desta nova ordem dos “direitos humanos”, não estariam mais seguros? Será que aquela declaração do então candidato, sobre não criminalizar os pequenos assaltos, seria mesmo uma política der governo? Exageros à parte, enquanto não tivermos estatísticas, não dá para descartar esta hipótese, mesmo que do imaginário.

Compartilhar esta postagem