A proteção do trabalho, para Lula, segue na idade da pedra

A proteção do trabalho, para Lula, segue na idade da pedra

EDITORIAL

Há menos de um mês recepcionei uma empresária disposta a alugar um imóvel de minha família. Papo vem, papo vai, ela confidenciou que estava concluindo um planejamento para transferir seu negócio para o universo digital. Ela vende produtos de beleza e apostará em entregas online para diminuir custos e seu número de “colaboradoras”: “Está cada dia mais difícil manter funcionários fixos, além disso, qualquer problema é motivo para afastamento, na hora de dispensar alguém dá problema com o sindicato, não suporto mais esse tipo de pressão”. Olhei bem e falei: “Fiz o mesmo há três anos, também me fartei de cuidar destes bebês crescidos os quais conhecemos como funcionários”. Porém, para o nosso jurássico presidente, não só as relações trabalhistas do Brasil são justas como ele ainda acredita em sindicatos fortes para a garantia de direitos. E disse isso ao lado de Joe Biden, que ficou com cara de paisagem o tempo todo, porque se esse caminhão de direitos trabalhistas representasse algo eficiente, estaria instalado nos Estados Unidos, na Europa ou na Austrália, onde meu filho estuda e trabalha. O peso ou o custo de um funcionário ativo no Brasil é escandaloso e, no fundo, só favorece o bem-estar dos administradores do sindicato que supostamente o protege. Ao contrário do que disse o presidente Lula, sindicado forte só é bom para quem o dirige, e ponto final. E quanto mais se regulamenta o trabalho, pior, como parece que acontecerá com a Uber, vítima de uma decisão da Justiça do Trabalho que obriga a companhia a registrar seus cadastrados. Lula presta um enorme desserviço ao mundo ao tratar as relações de trabalho como foram constituídas na revolução industrial, no final do século XVIII.

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