À procura de um sucessor

À procura de um sucessor

EDITORIAL

Pesquisas eleitorais, de praxe, são aquelas que apresentam possíveis candidatos sugerindo a indicação dos eleitores. Mais comuns em período der eleição, são sempre polêmicas por algumas razões. A primeira, porque fazem o chamado “retrato do momento”, que pode se alterar incluindo o fato da dinâmica cibernética. Um fato “viralizado”, por exemplo, pode alterar profundamente o humor de quem vota. O segundo diz respeito ao método aplicado, nem sempre claro. A depender de como é feita a pesquisa, e por que meios, os resultados podem ser diversos. Porém, agora chama a atenção a divulgação de uma pesquisa recente que perguntou, entre outras coisas, quem possui maior poder de interferência nas eleições municipais. Em primeiro lugar apareceu “o prefeito atual”; em segundo, o adversário direto dele; em terceiro, Jair Bolsonaro; em quatro, Lula e finalmente, na última posição relevante, o governador do estado. Existem aspectos interessantes nesta escala de valores se considerarmos as próximas eleições em Limeira. Em primeiro lugar, o fato do prefeito atual, Mário Botion, não concorrer à reeleição. De acordo com essa pesquisa, ele seria o maior cabo eleitoral de seu sucessor, ainda que este nome não tenha sido definido, mas a grande pergunta é: ele estaria disposto a essa condição? Fiador da candidatura da própria esposa nas últimas eleições legislativas, vaga normalmente oferecida a um futuro candidato à prefeitura, Botion segue emblemático em sua futura posição. Pois exceção feita ao deputado Miguel Lombardi, ele não tem colocado nenhum secretário como protagonista ao seu lado, o que seria uma clara indicação de sua preferência. Portanto, ele ainda renuncia à função de cabo eleitoral, por enquanto. Voltemos ao segundo indicador da pesquisa: “o adversário direto”. Até o momento, Botion não conseguiu produzir esse personagem devido a falta de embate, e seguem como seus adversários diretos nomes das últimas eleições: Murilo Félix e Dra. Mayra. Ao primeiro não faltam recursos, à segunda, sobram apoios, mas teriam eles musculatura eleitoral? Contra Botion não tiveram, mas e daqui a menos de um ano, contra o “ungido”? Concluindo sobre a pesquisa, estaria nas mãos de Bolsonaro e Tarcísio o apoio decisivo que Botion poderá emprestar para a continuidade de sua obra? É uma boa reflexão enquanto navegamos nas águas por enquanto turvas na política local.

Roberto Lucato

Ilustração: Freepik

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