A praça da discórdia

A praça da discórdia

EDITORIAL

Desde a idealização até a entrega incompleta da reforma da Praça João Pompeo, conhecida como a Pracinha da Maria Buzzolin, devem ter se passado mais de dois anos. E desde o início a iniciativa foi cercada de polêmicas, a começar pela inquietação dos proprietários de trailers, que resistiram o quanto puderam ao novo formato. Depois de muitas idas e vindas eles aceitaram se deslocar para as imediações do Residencial Mário de Souza Queiroz, local onde muitos permanecem até hoje. Cumprida a primeira etapa, as obras propriamente ditas tiveram início, afetando o trânsito durante meses e aqui vale lembrar o seguinte. De um tempo para cá, com a construção de dezenas de casas nos residenciais Terras de São Bento I, II e III, aumentou significativamente o fluxo de veículos tanto no entorno da pracinha como no final da rua Dr. Trajano, refém todas as horas da modesta rotatória da igreja do Bom Jesus. Reza a lenda que a reforma do João Pompeu foi custeada, em boa medida, por emenda parlamentar conseguida por um grupo de vereadores, que obviamente atendeu a pedidos de moradores e comerciantes do entorno. Superados os problemas decorrentes da reforma em si, restaram duas questões: a entrega do chafariz, escamoteado por placas metálicas, e a conclusão de uma obra de “mobilidade” executada no canteiro central da avenida. Essa parte é engraçada. Os responsáveis perderam meses retirando as pedras que compunham o piso que, só mais tarde, daria lugar a um gramado. Quem passa diariamente pelo local deve ter observado que não se tratou de uma obra bem planejada porque, dia sim, dia também, existem alguns trabalhadores se revezando para concluir alguma coisa que não deu certo. Eles fazem buracos, tapam outros, retiram a grama, colocam de novo, está estranho, como ficou estranho fazer tanto mistério em torno do chafariz, que por algum motivo jaz misterioso. A praça, como era de se esperar, manteve sua boa frequência e até o momento segue de alguma maneira organizada, depois dos comerciantes superarem a polêmica do uso de cadeiras de plástico. Ficou bonita? Não. Arborizada? Também não. Crianças já se machucaram nos brinquedos? Sim. A quem interessou essa malfadada reforma? Quanto custou essa brincadeira? Amanhã traremos um paralelo sobre investimentos que custem cerca de um milhão de reais, mais ou menos o valor da reforma.

Roberto Lucato

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