A indecisão da ONU

A indecisão da ONU

A Palestina está, como nunca, no centro das atenções mundiais. Mas vamos voltar um pouco no tempo. Durante os últimos dias, vários depoimentos de moradores de Israel foram coincidentes em vários pontos. Talvez o maior deles se refere a sensação de segurança oferecida pelo estado judeu, apesar dos pesares. Um outro diz respeito à solidariedade. Várias pessoas, desde o começo do conflito, se organizam para fazer doações aos soldados, seja em mantimentos ou utensílios de guerra, o que explica também o que classificaria como união nacional. Israel vivia, há poucas semanas, uma grave crise política e até institucional, fruto da intenção do governo em interferir em decisões judiciais. Bastaram os primeiros mísseis caírem para que esta questão se tornasse secundária, incluindo a identificação dos responsáveis pelos vacilos na fronteira da Faixa de Gaza. Outro ponto igualmente presente nas entrevistas diz respeito à convivência israelita com o “ódio” internacional. Os relatos pontuam situações de antissemitismo com as quais os judeus parecem estar habituados a enfrentar. Finalmente, outro assunto coincidente nestes depoimentos diz respeito ao que pensam os judeus em relação à ONU. Em resumo, para eles, trata-se de um organismo tendencioso. Quando a comunidade internacional pedia uma resposta armada de Israel proporcional aos ataques recebidos, vários deles disseram: “O que isso significa? Temos que matar crianças e idosos também, isso é ser proporcional?”. Por isso não me causou nenhuma surpresa quando o representante de Israel pediu ontem, nas Nações Unidas, a renúncia de Antonio Guterrez, secretário-geral organização. De fato, a ONU deveria procurar um divã para se definir melhor. Está claro que a criação de um estado palestino nunca foi prioridade da organização, por isso seus membros tentam contornar essa falha “fingindo” apontar o dedo para Israel de vez em quando. Mas uma coisa é certa: a paz no oriente médio depende da solução do estado palestino. Do contrário, o resultado será sempre imprevisível.

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