Irresponsável, Botion quebrou Limeira
EDITORIAL
No comentário do início da semana tratávamos de uma “indicação de estilo” do prefeito Murilo Félix. Ou melhor, de como ele compartilhará ações com o pai, ex-prefeito. Porém, a partir de agora, a opinião pública será abastecida de informações ligadas à situação financeira do município. Há mais de um ano, especulava-se à boca pequena que o ex-imperador Mário I “perdeu a mão”, como se diz. Trocando em miúdos, beneficiado por uma linha crédito aparentemente superior à capacidade de pagamentos da cidade, Mário alocou recursos de maneira irresponsável. Caberá à nova Câmara Municipal, em alguns meses, olhar com lupa todos esses gastos para desaprovar suas contas e torná-lo inelegível, algo que seria, no mínimo, justo. Porém, enquanto isso, Murilo indica que tomará medidas impopulares, plenamente justificáveis como rever contratos e tudo o que possa conter excessos ou irregularidades. Ao divulgar o desligamento de quase quinhentos cargos e funções remuneradas, ele forneceu os primeiros indícios da situação caótica: Limeira não paga a empresa responsável pela poda de árvores e capinação desde julho do ano passado. Quer dizer que, enquanto saltitava daqui e dali nos dois últimos meses de governo, ungindo placas de inaugurações até mesmo de postes nas ruas, Mário desconhecia o fato da cidade estar um matagal a céu aberto por sua culpa? Murilo informou também que a prefeitura deve para a Santa Casa e a outros diversos fornecedores; Mário ria do que, fotografado por sua equipe de comunicação? Os primeiros sinais, portanto, são preocupantes. A Prefeitura de Limeira, ao que tudo indica, está quebrada e o novo prefeito terá dificuldades para praticar uma administração proativa. O rombo é estimado em R$ 500 mi. É bom lembrar, não somente de contenção de gastos se realiza uma faxina financeira. A administração pública, por exemplo, pode criar mecanismos para recuperar dívidas públicas através de programas de incentivo, como grande parte dos municípios paulistas fez à partir de 2023. A revisão de subsídios, também, pode ajudar, e tudo o que, como observamos, possa ser impopular agora, terá tolerância da população se bem explicado. E, obviamente, se os novos vereadores, e os antigos, não colocarem obstáculos desde já. Por negligência dos vereadores da última legislatura Mário fez o que sempre quis, sempre, aliás como dirigiu sua vida nos últimos anos.
Roberto Lucato
Ilustração: Arquivo