Mais ridículo, impossível

Mais ridículo, impossível

EDITORIAL

O espírito estava preparado para revisitar o Natal, pauta de tantos artigos publicados há décadas. Também, à espreita, havia uma segunda ideia: responsabilizar a Artesp. Não é possível culpar apenas o excesso de veículos para que se leve cinco horas, em uma quinta-feira normal, para chegar a Limeira saindo do Guarujá. Deixaremos para explicar detalhadamente depois, mas vamos ao spoiler: a agência reguladora das concessionárias não passa de um cabide de empregos. Porque, essencialmente, não trabalha para facilitar a vida dos usuários das estradas, ou seja, os motoristas. Os dois enormes congestionamentos enfrentados ontem escrevem isso com todas as letras. No primeiro, 10 quilômetros de engarrafamento no Rodoanel, sentido capital, devido aos problemas de acesso à rodovia Regis Bittencourt. Ora se a estrada que liga São Paulo a Curitiba estava lotada, certamente é porque havia algum estreitamento de pista para obras ou demora para a remoção de veículos envolvidos em acidentes. No segundo, bem adiante, em um trecho da Bandeirantes com cinco faixas de rolamento. O motivo? A concessionária aproveitou a proximidade dos feriados para realizar obras de atualização da praça de pedágio, deixando apenas uma cabine como opção aos usuários do Sem Parar, por exemplo. A fila única que se formou foi capaz de congestionar todo o trecho com o represamento de veículos. O terceiro congestionamento que fez parte dessa aventura não teve a ver com a Artesp, mas com a prefeitura do Guarujá. Nesse pré-feriadão, o recapeamento da Avenida Dom Pedro, paralela a orla da Enseada, chegou à altura do entroncamento de uma conhecida loja do Pão de Açúcar. Deste ponto se acessa a praia de Pitangueiras e consequentemente regiões como Centro, Astúrias e Tombo. O departamento de trânsito da cidade, igualzinho ao nosso, decidiu que cones e placas seriam mais eficientes que agentes nas ruas. O resultado é que foi “um cada um por si e Deus por todos”. Um trecho de três quadros, com os adicionais zigue-zagues por conta da proibição de acesso, foi vencido depois de, sem mentir, 50 minutos. Mas o fato mais inusitado estaria por acontecer. Depois da desgastante viagem, ao chegar em Limeira, um generoso outdoor colocado um pouco antes do acesso à Boa Vista, exibia a frase “Obrigado, Limeira!”. Na ilustração, uma foto sorridente do casal Mário e Roberta Botion; ao lado, algumas obras feitas com os recursos do IPTU que procuramos honrar. Perdoem-me ser popular, mas nunca vi, em toda a minha carreira jornalística, tamanha cara de pau. Tamanho desejo de uma pessoa permanecer no imaginário dos limeirenses. Tamanha sede de se autoproclamar um imperador contemporâneo. Mário é ´pior de tudo que já vi, li e ouvi. Deve ser doente mental e deveria se tratar. Falaremos mais sobre essa administração odiosa mais adiante, e sobre todas as ridicularidades promovidas nestes oito anos, incluindo as famigeradas coxinhas. Ah, e que o Papai Noel tome cuidado: se ele passar com seu trenó na casa desse ditador, ficará sem as renas.

Roberto Lucato

Ilustração: PML

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