Homenagens e despedidas
NA GRANDE ÁREA
DIZEM, com toda a razão, que não se deve brigar por política, religião e futebol. Mas discutir é possível. Vejam por exemplo como as opiniões podem se dividir em torno de um assunto tão banal como “reconhecimento”.
APÓS o desligamento de Dudu, do Palmeiras, um questionamento se deu em torno da frieza com o qual o assunto foi tratado pela diretoria alviverde. O clube esmeraldino fez um “anúncio” no mínimo abaixo da altura que se esperava. Afinal, ele foi um dos maiores colecionadores de títulos da história recente.
A COMPARAÇÃO com a despedida de Gabriel Barbosa do Flamengo foi imediata. O alvinegro carioca transformou a saída do artilheiro em um “acontecimento” e, argumentavam comentaristas que ouvi, Dudu merecia, no mínimo, um tratamento igual.
VAMOS acrescentar Cássio nesta história. Ídolo corintiano e provavelmente um dos maiores goleiros que já vestiram a camisa do Timão, Cássio não recebeu qualquer homenagem quando se transferiu para o Cruzeiro. Ao contrário. Foi um alívio para o craque. Ele recebia críticas indevidas quando, apenas, atuava em um elenco medíocre.
DUDU teve outros componentes. Lesionado, ele ficou afastado por um ano da equipe titular, e antes de retornar, demonstrou interesse em mudar de agremiação. A “tia” Leila ficou revoltada, provavelmente se sentindo traída. E mulheres traídas nem sempre perdoam.
O ERRO, em minha opinião, foi do jogador, que deveria ter conduzido melhore sua saída. Aliás, me esclarece o amigo José Antonio Encinas, na verdade não cabia qualquer homenagem porque contra o Fluminense seu contrato ainda estava valendo. Mas, que ele saiu pela porta dos fundos, não há dúvidas.
MAS, voltando às homenagens, vamos a outros fatos relacionados. Renato Gaúcho tem sua história inscrita no Grêmio, e é merecedor da estátua que lhe dedicaram? Obviamente sim, mas, como treinador, as coisas as vezes não dão certo. Muitos comentaristas gaúchos viram um erro na sua permanência até o fim do campeonato.
UM DELES não aguentou e disse: “parabéns pela estátua, mas pode pegar o seu boné”. Não tem jeito. Futebol é feito de resultados, e quando neles desaparecem, os culpados são invariavelmente encontrados.
NO FUNDO, sou um pouco criterioso quanto a homenagens. Porque haverá sempre uma pessoa esquecida, por exemplo, os auxiliares técnicos, roupeiros, massagistas, fisiologistas, treinadores e diretores abnegados. Por mais que seja mais visível quem faça o gol de um título, o resultado em si é construído por várias mãos. É o que penso.
DESNECESSÁRIO comentar o fiasco do Botafogo, causado por tudo aquilo que sabemos. O problema é que, com as mudanças promovidas pela FIFA, dificilmente uma equipe brasileira conseguirá furar essa bolha do calendário. Uma pena, porque seria legal assistirmos a um confronto entre um clube europeu contra um brasileiro em condições físicas similares. Será que Botafogo, Palmeiras ou Flamengo seriam goleados assim?
PAULO Vinícius Coelho trouxe números interessantes em seu último artigo publicado pelo UOL. Análises à parte, o fato é que o Corinthians está em último lugar, entre os gigantes paulistas, em número de sócios-torcedores. O Palmeiras lidera com 197 mil, depois aparece o São Paulo com 57, em seguida o Santos com 46; na lanterna, o Timão apresenta apenas 43 mil.
NO RIO, a liderança é do Botafogo com 81 mil, seguindo de perto perlo Flamengo com 77; o Vasco aparece depois com 62 e Fluminense é o lanterna com 49 mil sócios-torcedores. Em Limeira esses números não são divulgados pela Inter, lembrando que estamos às portas do Paulistão 2025.
POR FALAR da Internacional, proprietários de cadeiras cativas do Limeirão terão até o final de fevereiro para fazer o recadastramento. Para os herdeiros, a burocracia é imensa, como aliás em tudo que envolve esse governo medíocre que graças aos céus está de saída.
DESPEDIDA OFICIAL de Adriano, Imperador, será neste domingo no Maracanã. Zico, Romário, Emerson Sheik, Zinho, Vagner Love, Djalminha e Petkovic são alguns nomes confirmados. Interessante a carreira desse moço, que não deve ser julgado, apenas compreendido. Foi um meteoro no futebol, abalado enormemente pela perda do pai. Ele tomou a sua decisão, entre ser um milionário infeliz ou um feliz ex-atleta. Ótimo final de semana, amigos!
Roberto Lucato
Ilustração: Reprodução – Canal do Benja – YouTube