Duas decisões, quatro características
NA GRANDE ÁREA
QUANDO defendi as cores do EC Estudantes, na década de 1970, atuei como médio-volante, como se dizia na época. Mais adiante, no juvenil do Palmeiras, como quarto-zagueiro, mas possuía uma característica que, além de efetuar desarmes e lançamentos, ajudava minha equipe: era um bom cobrador de faltas e escanteios.
NAS CATEGORIAS de base isso é um diferencial e tanto. Quando fazíamos as Copas Sub 9 e Sub 11, muitos gols saiam assim, de bolas paradas. Evidentemente, “só isso” pode dar alguma vantagem, mas se a equipe não for minimamente equilibrada, essa “dependência” vai para o chamado espaço.
ME LEMBREI dessa situação porque, ao acompanhar comentários sobre a final da Copa América, ninguém tocou nos nomes de Messi e James Rodriguez. Sobre a Argentina, concordaram que os campeões do mundo fizeram uma competição sem sofrimentos, construindo placares modestos, apenas. Já a Colômbia, não. Suas partidas foram mais pegadas e exigiram muito do elenco.
ÑÃO HÁ dúvidas que Lionel Messi foi decisivo na final da Copa do Catar, como também poderia ter sido Mbapeé. Craques são assim: aparecem do nada e tiram jogadas da cartola. Pepe costuma a lembrar que, quando Pelé pegava seu violão antes de alguma partida importante, “o bicho estava garantido”, dizia. Mas quanto à domingo? Messi fez uma Copa sonolenta e tem mais dificuldades para fugir da marcação.
POR OUTRO lado, James teve excelentes atuações e conduziu a Colômbia como um maestro. Corria para marcar e utilizou bem os recursos que possui na bola parada. Dá bons cruzamentos e, próximo da área, é perigoso no chute colocado (Messi também, só para lembrar). Por isso, considerando aspectos da tal “dependência”, dou certo favoritismo aos colombianos.
ISSO NÃO significa que os elencos só funcionam quando suas referências estão inspiradas. A Argentina possui um toque de bola refinado, mas a Colômbia me agrada mais por suas movimentações. Tanto é que engoliu o Brasil praticamente nos dois tempos, e contra o Uruguai, avançou suas linhas de marcação e deu um nó tático em Marcelo Bielsa.
O TÉCNICO uruguaio, aliás, bem ao seu estilo, detonou a Conmebol depois da derrota, dizendo que seus jogadores brigaram para se defender. Não dá. Entra século, sai século, os sul-americanos não demonstram boas maneiras nem no momento de escolherem o lado do campo. A briga generalizada foi deplorável.
O PRÓPRIO Brasil manteve essa dependência por Neymar por muito tempo. E por incrível que possa parecer, ainda não surgiu um substituto à altura. Querem saber? Até um Paulo Henrique Ganso teria lugar como cabeça pensante, mas o tempo é implacável.
A ARBITRAGEM será brasileira. A partida será apitada por Raphael Claus, acompanhado dos assistentes Bruno Pires e Rodrigo Correa. Ao menos um consolo.
QUANTO à decisão da Eurocopa, o favoritismo é claramente espanhol. Não por ter vencido todos os confrontos, mas, principalmente, por apresentar um futebol mais vistoso. José Antonio Encinas coloca um ingrediente para pensarmos: o time do Rei Charles III não ganha nada há muito tempo, e pode ser um componente motivador favorável.
AOS TRANCOS e barrancos, assim joga a equipe inglesa, e o pior é que as vezes dá certo. A Croácia não possuía um elenco superior ao Brasil, no Catar, mas ficou cozinhando o jogo até se classificar nos pênaltis. Mas, quanto às duas finais, não há nenhuma dúvida: serão partidas interessantes de se acompanhar.
FINAL ENTRE Novak Djokovic e Carlos Alcaraz que acontece neste domingo, a partir das 10h, será sensacional, decidindo o torneio de Wimbledon. O ingresso mais barato foi vendido a 10 mil dólares e será uma espécie de revanche. No ano passado, o sérvio levou a pior.
SALTENSE e o Atlético Real fazem neste sábado (13), a final da 5ª Copa Antonino Alcântara Teixeira Martins de futebol Veterano +. O jogo será realizado no campo do Cecap, a partir das 16h. A equipe Fazendinha conquistou a terceira colocação do torneio.
BOM FINAL de semana, amigos!
Roberto Lucato
Foto: Divulgação Conmebol