Resgate histórico traz o 2º volume de livro sobre a indústria limeirense
Antonio Claudio Bontorim
LIMEIRA
claudio.bontorim@tribunadelimeira.com.br
A Indústria no Berço da Imigração Europeia já está com seu segundo volume à venda. O resgate histórico é do pesquisador limeirense José Eduardo Heflinger Júnior, que desde os anos de 1980 tem contribuído com a reconstituição da história documental do Berço da Imigração Europeia pelo Sistema de Parceria. São, de acordo com ele, 40 anos de pesquisas intensas, em dezenas de viagens e imersões em arquivos e museus, públicos e particulares, brasileiros e europeus. “Eu realizo minhas pesquisas a partir do cruzamento dos fatos registrados em documentos originais, desde o início do século XIX, momento em que as terras onde surgiram essas povoações pertenciam à Vila de Itu e, posteriormente à Vila Nova da Constituição, hoje Piracicaba”, afirma o pesquisador.
Segundo ele, no livro “A Indústria no Berço da Imigração Europeia” – Volume 1, é contado os primórdios da industrialização na região de Limeira, a partir do início do século XIX, quando teve início um polo agroindustrial produtor de açúcar, cuja mão de obra era composta pelos escravos africanos. Já neste segundo volume, Heflinger Jr. dá continuidade à narrativa referente à agroindústria, sem dúvida, a responsável pela constituição da povoação de “Nossa Senhora das Dores de Tatuhiby”, que deu origem às cidades de Limeira, Cordeirópolis e Iracemápolis. Nesta obra, também bilíngue, ele com a contribuição da competente tradutora Irene Sinnecker, e publica fatos alusivos ao plantio, benefício e exportação da laranja.
O pesquisador aponta documentos antigos que registram a introdução da laranja no Brasil e comenta que apesar da importância da cidade no cultivo da laranja e do pioneirismo na exportação para a Europa, utilizando métodos californianos, não seria conveniente considerar Limeira como berço da citricultura nacional. De acordo com o pesquisador, em janeiro de 1502, a frota portuguesa, comandada por D. Nuno Manuel e pilotada pelo célebre Américo Vespúcio, largou na Ilha de Cananéia um “bacharel”, que havia sido condenado ao degredo. “Muitos estudiosos da história do Estado de São Paulo escreveram artigos alusivos à possível identidade do “Bacharel de Cananéia”, explicou o pesquisador.
Segundo Eduardo Heflinger Jr., se o nome dele se perdeu, sua obra ficou registrada. Rodolfo Garcia, comentador da terceira edição integral da “História Geral do Brasil”, de Varnhagen (Melhoramentos, São Paulo, 1926), registrou excertos de um relatório feito por um viajante espanhol em 1540. “Trata-se do primeiro documento encontrado que registra a presença de árvores cítricas no território brasileiro”, lembrou.
VOLUME 2
No que diz respeito ao Volume 2 da coleção, ele informa que contou com a preciosa colaboração de Roberto Falascina, filho de Danilo Falascina e Theresa D’Andréa, dando continuidade à história das indústrias de máquinas instaladas no município de Limeira. Neste volume, conforme o pesquisador, os leitores conhecerão a saga da família D’Andréa, desde o final da década de 1880, com a chegada do jovem Pascoal D’Andréa ao Rio de Janeiro a procura de novas frentes de trabalho. “Em 1917, Francisco D’Andréa, um dos filhos de Pascoal, ainda com 17 anos, começou a trabalhar na “B. Penteado & Cia.”, a antiga “Machina São Paulo”, recém-instalada na cidade de Limeira, sob a direção do engenheiro Trajano de Barros Camargo e a partir da década de 1920, Francisco D’Andréa teve seu grande crescimento profissional, desenvolvendo e montando máquinas agrícolas cafeeiras no interior paulista, sendo, por isso, reconhecido pelos seus méritos, chegando a chefiar toda a linha de produção da empresa”, contou.
José Eduardo Heflinger Jr. conta que a “Machina São Paulo” foi a grande escola profissional de inúmeros cidadãos, que, posteriormente, empregando os conhecimentos adquiridos, constituíram empresas que contribuíram com o desenvolvimento da cidade de Limeira. “A obra, enriquecida com mais de duzentas fotos raríssimas, foi incentivada pela Lei Rouanet, projeto administrado pelo Ministério da Cultura, patrocinado pela Cirúrgica Fernandes e pela Usina Santa Lúcia”, comentou Heflinger Jr. E, cumprindo o plano de distribuição aprovado pelo ministério, o autor vem realizando a doação de mil exemplares do livro para escolas, universidades, museus, bibliotecas e arquivos públicos, imprensa e patrocinadores.
ACESSIBILIDADE
Já a Secretaria da Cultura de Limeira está aparelhada com o “Poet Compact” para atender aos deficientes visuais, no que tange ao acesso ao conteúdo da obra. Não se trata de braile, mas sim de um aparelho que possibilita a transcodificação de textos escritos para a mídia auditiva. E a exemplo de projetos anteriores, de acordo com o pesquisador, há uma parceria já acordada entre ele e a Secretaria da Cultura os portadores de deficiência visual poderão agendar, gratuitamente, a audição do texto da obra resultante do projeto, em capítulos, na Biblioteca Municipal Professor João de Souza Ferraz, no Parque Cidade.
O pesquisador limeirense explica, também, que visando o cumprimento do Plano de Distribuição aprovado pelo Ministério da Cultura, os livros “A Indústria no Berço da Imigração Europeia” – Volume 1 e Volume 2 poderão ser comercializados pelo preço unitário de R$25,00 para atender pedidos acima de 10 exemplares, visando contribuir com escolas, bibliotecas, museus públicos e entidades representativas da indústria.
Já a venda do livro “A Indústria no Berço da Imigração Europeia – Volume 2” pode ser encontrado na Banca IV Centenário da praça Toledo de Barros, em Limeira. Também pode ser adquirido, em horário comercial, pelo Disk-Livro: WhatsApp (19) 99643-2855 (apenas em horário comercial), com entrega grátis para a cidade de Limeira, ao custo de R$ 50,00. Mais informações e pedidos também podem ser feitos pelo e-mail imigracao.resgate@hotmail.com. O livro pode ser acompanhado, também, pelo Facebook. Através do link https://www.facebook.com/profile.php?id=61558533572030.