Na Grande Área
APROVEITO uma semana de recesso para escrever sobre alguns temas de maneira mais aprofundada. E começo por algo que, propositalmente, não toquei na semana retrasada: a emboscada dos torcedores do Sport contra jogadores e comissão técnica do Fortaleza.
OUVI atentamente uma entrevista com um professor de sociologia do esporte, dias atrás, na qual ele elencou diversas providências que simplesmente não existem no futebol brasileiro no sentido de educar os torcedores.
OS CLUBES, principais interessados, deveriam praticar palestras e atividades que lembrem os riscos de expor a integridade física de alguém, explicou o professor. Ensinando, também, que isso é crime, na maioria dos casos, práticas de lesões corporais que podem levar à morte.
ELE LEMBROU, durante sua fala, que a violência no futebol não é um problema brasileiro, em essência. Os clubes europeus também passam seus apertos, inclusive em situações que envolvem racismo, nas quais eles se empenham em identificar os agressores.
ESSE ME parece o ponto: a responsabilização. Quando aquele torcedor do Flamengo arremessou a garrafa contra um grupo de palmeirenses, lamentavelmente vitimando uma jovem, demorou um pouco, mas ele foi devidamente identificado. E será submetido a júri popular, dentro de poucos meses.
PORTANTO, eis o primeiro passo. Federações estaduais, sempre tão rigorosas com as condições do gramado, da iluminação, da demarcação de assuntos, devem impor aos seus filiados protocolos rígidos de identificação facial de cada pessoa que esteja em um estádio. E não só na entrada: as câmeras devem mirar o comportamento das massas dentro e fora dos estádios.
E, SIM, ao contrário do que muitos pensam, continuo batendo na tecla que os clubes devem pagar pelas asneiras que fazem os seus torcedores. O Sport, por exemplo, terá que jogar com os portões fechados por determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, e não terá carga de ingressos quando não for mandante.
ACRESCENTARIA o seguinte: até que todos os envolvidos não estejam identificados e sejam entregues para as providências legais, essa medida deveria continuar valendo. Quem pune agressões é a justiça comum; quando ao STJD, cabe zelar pela punição das agremiações que não colaboram com a segurança dos espetáculos.
SECRETÁRIO Luiz Augusto Zanon anunciou uma mega reforma no ginásio de esportes Vô Lucato, que está prestes a completar 50 anos. Já sentei naquele escrivaninha e posso dizer o quanto é difícil ser “premiado” com alguma verba na pasta de esportes, por isso o anúncio deve ser comemorado. A se lamentar, somente, que o charmoso ginásio não seja sede de grandes jogos ou competições. Portanto, seria o caso para adaptá-lo para atividades multiuso, privilegiando o conforto dos público em geral. Isso inclui arquibancadas e banheiros, em especial. Na próxima semana retornaremos ao noticiário normal. Ótimo final de semana, amigos.
Roberto Lucato
Ilustração: Freepik