As incertezas do futebol brasileiro

As incertezas do futebol brasileiro

Na GRANDE Área

 

“A TENDÊNCIA é apanhar”. Esta foi a previsão feita pelo Galinho de Quintino sobre o futuro do futebol brasileiro. Zico concedeu uma entrevista ao SporTV antes de participar do tradicional Jogo das Estrelas. Por que o declínio? “Eu creio que o futebol brasileiro parou um pouco no tempo no sentido da sua criatividade e essência. “Ah, isso é passado, não vai ter mais”. Vai ter sim”.

 

ZICO completa: “Isso começa na base. O que está acontecendo? Você forma bons jogadores na base, eles com 16, 17 anos, vão embora. E lá entram numa de esquecer o importante do futebol brasileiro. Hoje o drible ficou uma coisa quase fora do futebol”. Concluindo, vê a supremacia do Brasil apenas na América do Sul: “Pode fazer um jogo duro aqui ou lá, mas contra eles (os europeus), a tendência é apanhar”.

 

EXISTEM mais motivos. Diferentemente do passado, o futebol passou a ser uma atividade altamente rentável, especialmente para os atravessadores. Isso explica a debandada precoce de talentos, mas observando o comando do futebol brasileiro, o que aliás não existe no momento, em que aspecto evoluímos? 

 

A LONGA permanência de Tite no comando da seleção serviu apenas para que suas ideias predominassem por muito tempo. E quando inovou, antes da Copa do Catar, aumentando os atacantes, não conseguiu introduzir o chamado “esquema posicional” – o empate da Croácia saiu exatamente em função dessa deficiência. 

 

AGORA, com Ancelotti renovando com o Real Madrid, com Fernando Diniz sequer representando uma esperança de transformação, nossa seleção está totalmente à deriva, justificando a minha, e a melancolia do maior ídolo do Mengão, Zico. 

 

COMO vivemos um período de balanços, ainda neste tema, qual a sua avaliação sobre o primeiro ano de maior visibilidade das “SAFs”? Em um primeiro momento, a gestão profissional animou diversas torcidas. A do Cruzeiro talvez tenha sido a primeira, mas vale lembrar que, igualmente ao Vasco, também SAF, ambos correram riscos de cair até as últimas rodadas. 

 

PORTANTO parecem claras duas questões. A formação de um bom elenco, do treinador ao ponta-esquerda, não depende de salvadores da pátria do ponto de vista financeiro. Qualquer clube brasileiro, bem dirigido do ponto de vista técnico e administrativo, consegue caminhar com as próprias pernas. Flamengo e Palmeiras são os melhores exemplos do momento. 

 

PORÉM, às equipes destroçadas financeiramente, vítimas de gestores temerários, interessados apenas em benefícios pessoais, a SAF é uma alternativa viável. O que não significa uma sequência de títulos, que fique bem claro. Assoviar e chupar cana não dá. O Botafogo, apesar do vexame, melhorou sua performance no Campeonato Brasileiro. 

 

NA SEMANA que vem, ainda com o futebol em recesso, abordaremos o futuro – ou a destruição – dos campeonatos estaduais. Até lá, desejo uma ótima virada de ano, e um 2024 repleto de saúde e realizações!

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