Para Francisco segue de olho no futuro

EDITORIAL

A igreja católica, especialmente através do Papa Francisco, continua acenando para sua melhor adaptação à realidade. Segundo o documento Dicastério para a Doutrina da Fé, a partir de agora, “é possível abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, de maneira que não seja fixada ritualmente pelas autoridades eclesiásticas, para não criar confusão com a bênção específica do sacramento do matrimônio”. Segundo o portal Uol, “o documento deixa claro que a decisão não é o mesmo que autorizar casamento entre casais “irregulares” ou do mesmo sexo. O texto reforça que o matrimônio “está diretamente ligado à união específica de um homem e uma mulher”. A benção possui enorme significado e apresento um exemplo prático. Mantenho uma longa amizade com um médico que, há mais de uma década, se separou da esposa e contraiu novas núpcias. Católico na ocasião, ele convidou um padre para “abençoar” suas novas alianças diante de alguns amigos, o que foi feito de maneira um pouco diferente. Segundo esse padre me ensinou, ele não poderia abençoar as “novas alianças” porque isso significaria abençoar um novo matrimônio, o que é proibido para a igreja. O padre, então, em vez de “abençoar” tanto as alianças como os noivos, levou consigo uma oração, dividindo com os presentes a sua leitura. Esse meu amigo não pertence mais a religião católica; hoje, ele e sua nova mulher estudam profundamente a Bíblia. O gesto manifestado por Francisco não é um passo qualquer; trata-se de um reconhecimento inovador que casais do mesmo sexo ou “irregulares” podem, sim, receber acolhimento da igreja. Desde ontem, quando o anúncio foi feito, o número der pessoas a procura desta benção não para de crescer em todo o mundo, demonstrando claramente a importância da decisão. Manter o rebanho, alguém já ouviu falar sobre isso?

Roberto Lucato

Ilustração: Freepik