Maduro e seu malabarismo eleitoral
Parece que as ideias da Russia na Ucrânia e de Israel para Gaza chegaram à América Latina. Agora é a vez de Maduro – o Nicolás, que apodrece mas não cai – partir para o confronto com uma imensa região, mais de dois terços do território da Guiana Inglesa, composto apenas por vegetação e água. As riquezas mineiras são um caso a parte.
Maduro não foi o primeiro e nem será o último, com certeza. Na guerra da Cisplatina, entre 1825 e 1828, D. Pedro I queria anexar o que é hoje o Uruguai, que por sua vez queria fazer parte das Repúblicas Unidas, no caso a Argentina, que também disputava o território com o Brasil. Na década de 1980, a partir de 1982, a Argentina que estava com sua ditadura militar pelas tabelas, tentou retomar as Ilhas Malvinas dos Ingleses, que são tratadas por eles como Falklands. Evidente que não conseguiu, causou a morte de muitos jovens argentinos que foram convocados para a guerra e o último presidente militar, tenente-general Leopoldo Galtieri sucumbiu e, com ele, a ditadura.
Antes disso, Jânio Quadros voltou a defender a retomada do território do Uruguai e da Guiana Francesa. Renunciou antes de reunir as forças militares para a incursão bélica.
Todos esses movimentos estritamente políticos para que políticos em decadência retomem o protagonismo. O que ocorre com Maduro, hoje, conforme tratou o editorial deste Farol de hoje.
Com a independência do Brasil, D. Pedro sabia que a República não tardaria; Jãnio já estava pressionado pelas “forças ocultas” e Galtieri pela decadência dos generais na presidência da Argentina. E, agora, Maduro, ameaçado por uma candidata a Presidência, a liberal Maria Corina Machado, que venceu as primárias da oposição, que o está assombrando. Como costuma escrever meu mestre e jornalista Ricardo Kotscho: “Vida que segue”.
Antonio Claudio Bontorim
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