Fornecedoras de energia e problemas
EDITORIAL
Na semana passada, durante os programas do Farol de Limeira, dedicamos um bom espaço de tempo para opinar sobre a recente crise estabelecida entre consumidores e fornecedoras de energia elétrica. Inicialmente, existe uma coincidência explicativa. Tanto o representante da Enel, que presta serviços na Capital, como o da Elektro, fornecedora de Limeira, mencionaram que a velocidade dos ventos e a quantidade de chuva, em rápido período, foram atípicos. Pode ser, mas isso me parece estar mais relacionado com incompetência do que com o clima. Começo por algo particular: chuva é algo que sempre me assustou. Quanto era criança, acompanhava as tempestades do edifício Tatuibí. As cenas me impressionavam, principalmente quando as águas batiam fortes na estrutura do edifício Fumagalli. Uma década mais tarde, acompanhei diversas vezes o trabalho que um fotógrafo realizava nas regiões do Mercado Modelo, sempre quando as águas também vinham com muita intensidade. Me lembro de um registro icônico: um cego perdido na rua 7 de Setembro enquanto as águas subiam. Minha memória também foi buscar, lá atrás, no mínimo duas partidas de futebol nas quais o Limeirão foi literalmente inundado, vestiários e gramado. Também vi o ribeirão Tatu transbordar várias vezes e a conhecida rotatória do Limeira Clube ficar interditada pelas águas e agora me atrevo a perguntar: será tudo é culpa das mudanças climáticas? Convivo com uma pessoa que trabalha na agricultura há pelo menos 60 anos, por aí, e não deixo de lhe perguntar, quase sempre, o que ele acha sobre isso. Suas respostas não indicam que ele perceba mudanças expressivas. Me inclino a acreditar, então, que o clima global pode estar sofrendo mudanças, mas diria pontuais. Mas já vivi o suficiente para ver muitos estragos causados pelas águas da chuva. No caso da energia elétrica, foi sempre assim e sempre será, ao menos enquanto as concessionárias não recebem as devidas cobranças – e punições – do poder concedente.
Ilustração: Freepik