“Manés”, cuidado!

“Manés”, cuidado!

 

EDITORIAL

Finalmente o senado deu o ar da graça contra mais uma costumeira e frequente intervenção do STF. Ao aprovar, mesmo que à toque de caixa, o marco temporal, no mínimo os senadores contribuíram para o clima pesado que promete marcar a posse de Luís Roberto Barroso logo mais. Aliás, a saída de Rosa Weber do Supremo não poderia ser em melhor estilo. Indicada por Dilma Rousseff, a “ensacadora”, Weber acelerou a votação de discussões ideológicas, para eternizar, no mínimo, sua visão comunista do mundo. Será mais uma a ter sua biografia anotada em rodapés de livros de história, e terá tempo para se dedicar a alguma causa que lhe seja cara, como a proteção de índios, das cotas de gênero ou do aborto, assunto para o qual dedicou mais de 100 páginas para escrever seu voto, favorável. Quanto à Barroso, de perfil mais ativista comparado àquela que o antecede, não há dúvidas que será vigiado de perto pelos bolsonaristas de plantão. Uma porque é autor do desabafo que se tornou “meme”, o tal “perdeu, Mané”. E outra porque, sem qualquer cuidado com a sua imagem ou com a do Supremo, participou de uma espécie de “estica e puxa” estudantil dizendo que “nós vencemos o bolsonarismo”. Mas ele tem pontos ao seu favor: é bem articulado e do ponto de vista institucional é frio em suas manifestações, ao contrário de Alexandre de Moraes, sempre mais contundente e irado. Logo mais, em sua posse, ele terá que olhar profundamente para os representantes do senado e estender-lhes as mãos. Não acredito que ele, ou qualquer membro de corte suprema, volte a imaginar o STF como um órgão julgador. Fica claro, a cada dia, a intenção do Supremo em sacramentar pautas progressistas não somente pela ausência do legislador, mas porque isso orienta a formação de seus atuais membros.

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