Troca de ideias ou de insultos?
Acompanhar as redes sociais, hoje, embora seja uma obrigação de todos aqueles que trabalham com a comunicação social, seja da qual vertente for essa comunicação, em especial o Twitter, virou um ótimo programa humorístico. Lá é possível acompanhar os movimentos ideológicos, os irônicos, os desprovidos de inteligência e cultura entre tantas outras categorias, que daria para dar tantas voltas ao redor do planeta, quanto necessário e até mais um pouco. Isso é, também, uma ironia.
É tanta informação – e, principalmente, desinformação – que serve com case para qualquer palestrante um pouco mais preocupado com o conhecimento e menos com a autoajuda, que faz de todos capazes de conquistar o que quiserem. Basta apenas querer e pronto. Está lá o sonho realizado.
Sempre fui um crítico da autoajuda, por que ela autoajuda seus autores e palestrantes e ilude o público pagante com seus truques e simbolismos, na busca de um mérito que está longe de acontecer. Enfim, apenas uma ilustração daquilo que vivemos e vivenciamos, hoje, no mundo da informação em tempo real.
Voltando, entretanto, à guerra de versões, à qual me referi no início, não sobra muito espaço para o real. Para o prático e para o confronto de ideias, por que ele inexiste. É um confronto apenas de idiotices. Da ignorância diária dos falsos profetas. Reúne-se meia dúzia aqui, outra meia dúzia ali, e dá uma dúzia de realidade paralela, longe daquilo que todos de fato sentem necessidade: a velha e boa informação. E, o que é pior e mais angustiante ainda, ver que pessoas inteligentes e cultas caminham na mesma direção. Estava certo o filósofo e escritor italiano Umberto Eco. As redes sociais deram voz aos idiotas. Da nossa parte vamos continuar ajustados. Ou desajustados, já que parece mais fácil estar entre esses segundos.