Capricho é bom e barato

Capricho é bom e barato

EDITORIAL

É provável que até o final deste mês outras festas caipiras, como eram identificadas antigamente, ocorram por aí, mas é tempo de comparar, a título de curiosidade, algumas que frequentei desde a primeira semana de junho. Tempos atrás um culinarista especializado em restaurantes, bares e lanchonetes, disse que algumas guloseimas apresentadas hoje em dia não pertencem a essas festas. Entre seus exemplos de inadequação ficaram os espetinhos de carne ou kafta, além de cachorro-quente e pastel. Ele comentou isso durante participação em programa jornalístico, pelo rádio, e logo os ouvintes encheram as caixas de mensagens com críticas. Afinal, quem frequentaria uma festa dessa para comer apenas canjica e derivados do milho? Vamos à realidade. Não há dúvida que, uma das barracas mais visitadas em festas juninas é a do cachorro-quente. A questão é que cada voluntário faz à sua maneira. O cachorro-quente cheio de milho, batata palha, purê e ervilha, às vezes, fica desproporcional se considerarmos a presença de uma pequena salsicha. E o pior é quando eles decidem prensar o lanche… Ninguém merece. Cachorro-quente tem que ser o tradicional: com duas salsichas envoltas por um molho vermelho simples, dentro de um pão proporcional ao tamanho dos ingredientes. E o pastel? Depende da massa e do fritador. Os pastéis de queijo, os meus favoritos, são um desastre para comer e quanto aos de carne, o problema é quando se exagera no conteúdo e tudo começa a cair loucamente. Mas, sem dúvida, a barraca do pastel fica entre as “Top 5” das festas, e agora vamos aos espetinhos. Pelo terceiro ano consecutivo na quermesse da Catedral, por exemplo, quase morri engasgado. As pessoas devem levar em consideração que espetos não são cortados com garfo e faca; portanto, os pedaços devem ser pequenos. Finalmente, e quanto aos lanches de calabresa e pernil? Quero ficar um bom tempo sem apreciá-los, primeiro pelo preço (estavam altíssimos este ano), depois pelo aspecto e finalmente pela qualidade. Os chapeiros “rasgam” os pães, fazem de conta que os esquentam nas chapas e entregam para os consumidores tudo, menos um bom lanche. Você dá uma mordida e começam a despedaçar, uma pena. Sei que todos participam como voluntários nestas ocasiões, e devemos reconhecê-los por isso, mas um pouco mais de organização (nas filas, principalmente) tornaria a presença do público mais agradável. Entre as festas que frequentei até o momento, vamos a um pequeno ranking. Disparado em primeiro lugar, a festa das escolas municipais de Serra Negra, realizada ao lado da Fontana di Trevi. Em segundo, a festa da igreja Nossa Senhora do Rosário, também em Serra; em terceiro, a festa da Catedral de NS das Dores; em quatro, a festa do Asilo São Francisco de Assis, em Serra Negra e em último, a festa da igreja da Matriz de São Benedito. Se aparecer outra, comentaremos.

Roberto Lucato

Foto: Roberto Lucato

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